quarta-feira, 4 de maio de 2011

AMEAÇAS IGUAIS: OBESIDADE E FOME

O economista britânico Thomas Malthus (1766-1834) foi o primeiro a notar com clareza a desproporção entre o crescimento populacional e a produção de alimentos. A teoria malthusiana aponta uma única solução: limitar a natalidade, pois não há pão suficiente. Algumas realidades ainda não estavam evidentes no horizonte do seu tempo.

A produção de alimentos, catapultada pela biotecnologia e por avanços tecnológicos, deu um salto em quantidade. Já a população mundial, depois de dois séculos, tende a decrescer, porém a fome não diminuiu. Malthus não poderia imaginar a contradição entre populações famintas e populações superalimentadas. Muitos se alimentam mal, por falta de comida, outros pelo excesso e má escolha dos alimentos.
Levantamento recente do Ministério da Saúde revela que boa parte da população adulta do Brasil está acima do peso. Estão nesta categoria 48,1% dos brasileiros. Por outro lado, a obesidade atinge nada menos de 15% da população. E a tendência é de crescimento. Há cinco anos, 42,7% estavam acima do peso e os obesos somavam 11,4%.
A obesidade - hoje caracterizada como verdadeira doença - é consequência da baixa ingestão de alimentos saudáveis, como frutas, legumes e verduras, e do uso excessivo de produtos industrializados, com elevado teor de calorias, gorduras e açúcares. Elemento complicador é o sedentarismo, isto é, os baixos níveis de atividades físicas.
Isto significa um duro golpe para a qualidade de vida e as conquistas científicas em favor do ser humano acabam neutralizadas pelos péssimos hábitos alimentares e pelo sedentarismo. Mahatma Gandhi, morto em 1948, já advertia: “Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para sua ganância”.

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