quinta-feira, 10 de março de 2011

A MÍDIA NÃO VÊ.

O Brasil é um país onde as grandes questões sociais chegam, quando chegam, com anos de atraso. O debate e as "lutas" do movimento negro parecem ter chegado ao Brasil com 50 anos de atraso e copiando um dos piores modelos do mundo no quesito das diferenças raciais: o modelo estadunidense, país no qual o racismo permanece vigente, mas com certa dose de anestesia sendo aplicada através de sistemas de cotas nas universidades, nas empresas privadas ou no fomento de políticas de discriminação positiva. Criticar o racismo de autores que não podem se defender, e cujas obras foram criadas em uma época nitidamente racista, é relativamente simples; o complexo é tentar combater o racismo e as desigualdades socioeconômicas gritantes do presente.
Grande parte da mídia nacional ignora o genocídio que acontece em "nosso quarteirão", mas não hesita em dedicar horas e mais horas, páginas e mais páginas, para "informar" sobre alguns crimes cometidos contra figuras midiáticas ou, principalmente, vítimas da considerada classe média. Essa atitude comunicacional é tão criminosa quanto o crime propriamente dito.

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