segunda-feira, 28 de março de 2011

LAVAGEM DE DINHEIRO

Um crime contra a humanidade. Silencioso, em violência aparente. Uma espantosa empresa de exploração dos recursos dos povos levada a cabo com a infindável cumplicidade do sistema bancário mundial. As fortunas dos ditadores dormem nos bancos ocidentais o doce sono dos lucros enquanto dezenas de milhares de pessoas morrem de fome ou não tem recursos para pagar um tratamento contra a Aids.

Jean Claude Duvalier, no Haiti, Ben Alí, na Tunísia, Hosni Mubarak, no Egito, Joseph Mobutu, no Zaire (hoje República Democrática do Congo), Sanu Abacha, na Nigéria, Omar Bongo, no Gabão, Manuel Noriega, no Panamá, Mu-ssa Traoré, no Mali, Augusto Pinochet, no Chile, Muammar Kadafi, na Líbia, Ferdinando Marcos, nas Filipinas e Sassu N’Guesso, no Congo Brazaville – as fortunas destes tiranos diplomados depositadas nos bancos internacionais ou transformadas em fabulosos investimentos imobiliários em Londres, Paris, Nova York ou Dubai ultrapassam a imaginação.
No que diz respeito à fabulosas fortunas guardadas no estrangeiro pelo egípcio Hosni Mubarak, pelo tunisiano Ben Alí ou pelo próprio Kadafi, Anthea Lawson, responsável pela campanha Cleptocracia em Global Witness, assinala que “os bancos nunca deveriam ter aceito esse dinheiro nem os governos deveriam ter permitido isso”. Mas o dinheiro não tem cheiro. Saia de um prostíbulo, de uma bucha de cocaína, dos circuitos engravatados e sujos do sistema financeiro internacional ou do sangue dos povos oprimidos pelos déspotas do mundo, o dinheiro sempre chega limpo ao mesmo lugar: os bancos.

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