quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

POLÍTICA EXTERNA: OS PROGRESSISTAS

Não é possível conceber uma política externa progressista e inovadora que não questione e enfrente os consensos éticos e estratégicos das potências que controlam o núcleo central do poder mundial.

José Luís Fiori

Do lado oposto, fica mais fácil de definir e identificar as características essenciais de uma política externa conservadora. Em primeiro lugar, os conservadores não se propõem mudar a distribuição do poder internacional, nem questionam a hierarquia do sistema mundial. Sua reação frente aos desafios colocados pela agenda internacional, é quase sempre empírica, isolada, e moralista. Os conservadores não têm uma teoria nem uma visão histórica própria do sistema internacional e dos seus acontecimentos conjunturais, e são partidários, em geral, de uma política externa de baixo teor, sem grandes iniciativas estratégicas nacionais, e com uma alta taxa de submissão aos valores, juízos, e decisões estratégicas das potencias dominantes. Por isto, consciente ou inconscientemente, os conservadores delegam a terceiros, uma parte da soberania decisória de sua política externa, e acabam assumindo, invariavelmente, uma posição subalterna dentro da política internacional.

Como foi o caso, na década de 1990, da política externa do Brasil, e dos demais países da América do Sul. Uma década que passou para a história, sob o signo neoliberal da "diplomacia descalça", do governo brasileiro da época, e da proposta argentina de estabelecer "relações carnais", com os Estados Unidos.

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