quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

OS NEOPINOCHETISTAS ESTÃO PRESTES A RETORNAR AO COMANDO DO CHILE

No primeiro turno, Piñera obteve 44% contra um pouco menos de 30% de Frei. Aquele tem sido o resultado histórico da direita. A diferença é que, desta vez, o candidato da Concertação tem, de longe, o pior resultado de um candidato dessa coalizão e não pode contar com muita transferência de votos – as pesquisas acrescentam uns 3% de outros candidatos. Isto é, nem sequer a decisão do PC e de Arrate de apóia-lo no segundo turno, tem permitido que os votos obtidos por eles sejam canalizados para Frei no segundo turno. Menos ainda os de Enriquez-Ominani, que liberou seus eleitores.

Assim, se avizinha, ao que tudo indica, um retorno da direita ao governo no Chile, como um dos resultados das políticas da Concertação, de conciliação com o modelo herdado de Pinochet, sem sequer ter convocado uma Assembléia Constituinte para permitir que o Chile tenha uma Constituição democrática e não um remendo daquela imposta pela ditadura, nem tampouco ter conseguido um apoio popular muito amplo, de tal forma que grande setores de origem pobre votam pelo candidato neopinochetista.

Quatro mandatos – em um total de vinte anos – de candidatos da Concertação, dois dos quais presididos por socialistas chilenos, desembocam, provavelmente, em um fracasso e na devolução do governo ao (neo)pinochetismo, sem ter rompido com o modelo econômico e sem ter conseguido desarticular a direita originária da ditadura militar. O Chile, exibido pelas instituições financeiras internacionais como o modelo supostamente bem logrado de implementação das políticas de livre mercado, volta às mãos dos que a formularam e a implementaram durante a ditadura pinochetista.

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