quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O ETERNO GOLPISMO

Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz, se somou à rejeição internacional ao golpe perpetrado contra Manuel Zelaya. Foi categórica ao declarar que "a paz não foi firme e duradoura porque não havia um consentimento de legitimar as instituições democráticas. Havia boa vontade e muitos dos dirigentes tinham a pressão dos tempos - sentiam novos tempos. Esse período serviu, lamentavelmente, para que os setores oligárquicos se reacomodassem e o resultado é o que vemos hoje".

Mais que uma constatação, suas palavras descrevem uma viagem no tempo. Zelaya, abrigado na embaixada brasileira, não era apenas a visão do retrocesso institucional, mas um transe que não obedece a estruturas lineares, ordenadas e lógicas. Para apreender a realidade centro-americana não bastam as categorias e conceitos da Ciência Política. Eles são de pouca serventia se não se inserem na tessitura cruel do realismo mágico. Naquilo que emoldura o golpismo eterno dos oligarcas

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