sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

TEMOS QUE INTERROMPER O CICLO QUE LEVA ÀS DROGAS E O CRIME.

Investir nos jovens é garantia de dividendos econômicos e sociais. A falta de assistência é o empurrão, muitas vezes sem volta, ao mundo da violência e das drogas. A relação é tão óbvia que pode soar até um despropósito a sua alusão. Mas apesar dessa flagrante evidência, milhões de jovens brasileiros estão fora da escola, desempregados e desesperançados porque não receberam a necessária atenção.
O relatório Jovens em Situação de Risco no Brasil, divulgado pelo Banco Mundial, deixa mais uma vez bem claro que a ausência de investimento em programas voltados ao público desta faixa etária, no campo da educação principalmente, tem o peso de uma condenação para o resto da vida. Em primeiro lugar porque sem a formação profissional que o mercado de trabalho exige, raros conseguem fugir da exclusão. Em segundo, porque a condição de preterido pode levá-los a assumir comportamentos que cruzam com facilidade pelas portas que conduzem ao uso de drogas e à prática de crimes. Aqui não se encaixa, é importante ressaltar, a parcela de adolescentes classe média que aderiu à barbárie sem motivo aparente, como o grupo que espancou covardemente uma doméstica no Rio de Janeiro.
O estudo estima em R$ 300 bilhões o valor que o Brasil deixará de ganhar em 40 anos se a juventude não deixasse de estudar e de trabalhar. O cálculo financeiro é interessante, mas mais relevantes são os efeitos sociais. Hoje, 20% dos jovens brasileiros não estudam nem trabalham e essa situação certamente trará reflexos negativos para o futuro - já sentidos atualmente.
Desassistidos, adolescentes e jovens entregam-se à ociosidade, contribuem para o aumento do consumo de drogas e para elevar os índices de insegurança. A violência cobra um preço muito caro, hoje avaliado apenas no campo econômico em 5% do Produto Interno Bruto, que poderia ser economizado se valores financeiros bem menores fossem aplicados na educação de muitos dos que cometem os crimes. Está mais do que na hora de o bom senso interromper esse ciclo, não apenas pelas perdas monetárias, mas em especial pelas vidas desperdiçadas de inocentes vítimas de criminosos e de alguns destes, que nunca tiveram o direito à escolha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário