terça-feira, 14 de janeiro de 2014

CONTESTADO O EFEITO DA VITAMINA C CONTRA A GRIPE.

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que de 10% a 20% da população mundial é infectada anualmente pelo vírus da gripe, que ataca principalmente durante o inverno. Isso representa 1 bilhão de casos. No Brasil, são cerca de 18 milhões de casos por ano, com média de 15 mil mortes decorrentes da doença ou de suas conseqüências.
Para combater gripes e resfriados, a população recorre a uma receita antiga: chá, repouso e vitamina C, além dos remédios antigripais, vendidos sem receita médica, para amenizar os incômodos sintomas. A popular vitamina C costuma ser usada tanto para combater quanto para prevenir esses males. Porém, estudo recente constata que a crença de que essa substância reduz os riscos de contrair gripe e resfriado é um mito. Ela só traz benefícios para atletas de alto desempenho.
A fama da vitamina C iniciou na década de 70, quando o químico americano Linus Pauling, ganhador de dois prêmios Nobel, lançou o livro “Vitamina C e o Resfriado”. Pauling defendia que a ingestão de um grama diário de vitamina C era capaz de diminuir em 45% a incidência de resfriados. A promessa de agir contra uma das doenças mais comuns da população, aliada à reputação de um cientista como Pauling e à extensa publicidade dos laboratórios farmacêuticos, fez da vitamina C a campeã de vendas dos suplementos nutricionais, e assim permanece até hoje. Além de consumir alimentos ricos na substância, muitas pessoas ingerem cápsulas da vitamina na esperança de tornarem-se imunes a gripes e resfriados.
Agora, porém, profissionais da saúde colocam em dúvida o método lançado por Pauling há quase 40 anos. No maior estudo de revisão sobre o papel da vitamina C no combate a gripes e resfriados, pesquisadores europeus concluíram que ela é absolutamente ineficaz para a grande maioria da população. O benefício da substância só é percebido em atletas de alto desempenho, como maratonistas.
De acordo com a pesquisa, no grupo dos atletas, os que tomavam a vitamina regularmente ficavam doentes com uma freqüência 50% menor. No entanto, para o restante das pessoas, os efeitos preventivos da vitamina C eram nulos. A pesquisa considerou atletas aqueles que treinam no mínimo uma hora e meio por dia, de cinco a seis vezes por semana. A vitamina mostrou-se útil apenas para aliviar os sintomas das gripes e resfriados e para diminuir o mal-estar - o que não deixa de ser bom. Mesmo assim, os especialistas afirmam que a ingestão rotineira da substância não se justifica.
Os pesquisadores foram reunidos pela The Cochrane Collaboration, uma instituição internacional independente, com sede na Inglaterra, que se dedica à análise crítica de teses e pesquisas científicas já divulgadas. Foram compilados dados de 30 estudos realizados de 1990 a 2006, envolvendo no total 11.350 participantes. Todos os adeptos da vitamina consumiam doses diárias de no mínimo 200 miligramas.

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