quarta-feira, 17 de março de 2010

O NOME DA COISA É LIBERDADE DE EXPRESSÃO

A palavra chave dos mágicos é Abracadabra, a senha usada pelo Ali-Babá é Abre-te Sésamo e para que as pessoas fiquem imóveis, como se estivessem congeladas, é Mandrake. Os velhos exorcistas consagraram a expressão infalível: Vade retro, Satanás! Mas, para que os bem fornidos meios de comunicação do país entrem em polvorosa, tenham urticárias e passem a delirar em transe quase mágico basta apenas que escutem três palavrinhas: Controle social da mídia! E já será mais que suficiente para que o salseiro se instale de forma imediata e generalizada.

Então fica combinado: a sociedade não pode controlar a mídia, mas a mídia pode ser controlada por apenas seis famílias. E os direitos das famílias nem precisam ser defendidos por estas, basta apenas escalar dois ou três jornalistas do jornal ou da revista para demonizar a expressão e, em consequência, o prenúncio do debate. Nas emissoras de televisão, é suficiente que jornalistas do alto de suas bancadas – para que não caia no esquecimento a cínica expressão do Boris Casoy – assestem suas baterias contra quem se atreva a questionar o direito semidivino de apenas seis famílias controlarem integralmente os mais assistidos, lidos, ouvidos e acessados veículos de comunicação no Brasil.

O que poderia ser um saudável debate sobre a qualidade do jornalismo que desfrutamos vem se transformado em cinismo explícito, em tortuosas argumentações para mascarar o controle social da mídia pela censura mais hedionda, superior à praticada em regimes totalitaristas de direita e de esquerda. Podem não ter ideais, mas conhecem muito bem o poder aglutinador que os ativos financeiros têm sobre a tropa que, de elite, é sempre bem sucedida no intento de confundir liberdade de expressão com liberdade de pressão, pura e simples.

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