quarta-feira, 31 de março de 2010

JESUS É VIDA, LIBERDADE, ALEGRIA E LIBERTAÇÃO.

Um homem caiu num poço muito fundo. Depois de algumas tentativas convenceu-se que não conseguiria sair dali com seu próprio esforço. Um viajante passou por ali, olhou o homem no fundo do poço e exortou-o para que fizesse boas obras, que meditasse, quem sabe, algum ser divino poderia salvá-lo. Ele continuou seu caminho e o homem continuou no poço. Um outro viajante disse ao caído que tudo era ilusão, que o poço não existia. Ele continuou o seu caminho, mas o poço era real e real a situação de desgraça. Outro peregrino chegou e exortou o caído que rezasse cinco vezes ao dia, voltado para determinada direção. Ele estaria cumprindo o seu dever. Mais um peregrino olhou para o poço e pediu que ele aceitasse o sofrimento, assim ele estaria se purificando e na reencarnação sua vida seria melhor. E o caído continuou no poço. E com uma certeza: ele não poderia salvar-se sozinho.
Um outro peregrino se aproximou. Era um peregrino diferente e pediu ao caído se ele queria ser salvo. Já sem forças, o caído fez um débil sinal, positivo. Então aquele homem desceu ao fundo do poço, tomou o caído nos braços e com o auxílio de cordas levou-o à libertação.
Não se trata de uma lenda, mas de uma história real. A humanidade caiu num abismo intransponível. Místicos e religiosos de todo o tipo tentaram explicações ou deram piedosos e inúteis conselhos. E o homem continuava com sua dor, seu abandono. Ele fortalecia seu fatalismo: assim era e assim seria para sempre. Um dia, um viajante divino desceu pelo caminho dos homens. Ele desceu ao fundo do poço e devolveu ao homem a vida, a liberdade, a alegria e a libertação. É isto o que estamos celebrando na caminhada pascal.
Jesus nos revelou o rosto do Pai, o rosto do próprio amor. E esse amor foi tão exigente em Jesus que aceitou morrer por nós. Ele não nos salvou uma única vez, mas nos salva todos os dias. Seu amor jamais volta atrás. Este amor é, aparentemente, contraditório e ilógico. Ele prefere os piores e não os melhores. Ele ama os que não merecem ser amados, abraça os que não merecem o abraço, escolhe os que não merecem ser escolhidos.
Ele não tem memória, só coração. Não nos pergunta o que fizemos, mas o que gostaríamos de fazer, não nos pergunta de onde viemos, mas para onde caminhamos. É ele quem acolhe o filho pródigo e lhe devolve a herança, é ele quem busca a ovelha perdida e a carrega no colo. Seu amor é cheio de futuro. Ele nos garante que a vida pode começar agora. Permite que refaçamos hoje nossas escolhas. Ele permite que o ladrão arrependido salte da cruz ao paraíso. E ele - todos os dias - visita o poço, na divina alegria de reerguer o caído.

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