quinta-feira, 11 de março de 2010

A GREVE DE FOME DE FARIÑAS

Na avidez da enxadada em busca de uma minhoca que alimente a anemia eleitoral demotucana, Clóvis Rossi, hoje, na Folha, vai com sede ao pote na crítica a Lula, pelas opiniões relativas a greves de fome em Cuba. Afirma o colunista: 'não há como discordar do preso político Guillermo Fariñas quando diz que Lula demonstrou seu "comprometimento com a tirania dos Castro'. Mesmo no espaço carimbado da pág 2 da Folha, um pouco mais de rigor jornalístico seria razoável. Vamos lá, Clóvis: Guilhermo Farinas não é preso político, é um dissidente --ressalte-se, tem todo o direito de sê-lo e nós defendemos essa prerrogativa; esta é a sua 23º greve de fome; trata-se de um protesto domiciliar, Clóvis; Farinas não está em prisão política alguma, está em sua residência, em Santa Clara, região central de Cuba; tem uma porta-voz, Lisset Zamora, o que indica a existência de um movimento de oposição organizado –repetimos, absolutamente legítimo; Farinas está cercado dos familiares; recebe visitas de médicos, inclusive do Estado cubano; atende a chamadas telefônicas direto de sua casa; dá seguidas entrevistas internacionais a veículos –como a Folha-- interessados, menos, talvez, na causa que ele proclama, e mais na sua utilização para fustigar governos progressistas. Em especial, Clóvis, aqueles que rechaçam o embargo asfixiante imposto pelos EUA contra Cuba, há 47 anos, causando por certo perdas indiretas de milhares de vidas. Esta, sem dúvida, uma ignomínia tolerada pelo filtro complacente que orienta a página 2 da Folha e sua indignação seletiva.

(Carta Maior; 11-03)

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