quarta-feira, 24 de março de 2010

DESTRUIÇÃO EM ALTA VELOCIDADE

A constatação é tão injusta quanto cruel: para que uma parte da humanidade tenha vida digna é necessário que a outra passe necessidades - ou, em casos extremos, morra. O nível de consumo é tão elevado que está exaurindo a capacidade de regeneração do planeta, o que só não ocorreu até agora porque bilhões de pessoas têm acesso limitado inclusive aos básicos água e alimentos. Mas os cientistas avisam: se o modelo atual não for alterado, os recursos naturais da Terra entrarão em colapso dentro de 20 anos.
Não se trata de priorizar o enfoque trágico. Os dados reais são preocupantes, e desconsiderá-los pode abreviar ainda mais a distância entre a realidade e o amanhã sombrio projetado por especialistas. Não há exagero, por exemplo, na conclusão do relatório da ONU Global Environment Outlook (GEO-4), que envolveu 1.390 estudiosos: as mudanças na biodiversidade ganharam assustadora rapidez.

Espécies estão sendo extintas antes mesmo de identificadas e em velocidade cada vez mais elevada. Hoje, 17 mil estão ameaçadas de desaparecer. E isso ocorre, principalmente, porque a cada ano tombam 17 milhões de hectares de florestas.
O Brasil ostenta posição privilegiada, pois abriga mais de 10% das espécies conhecidas e quase um terço das florestas tropicais. Mas não cuida bem de seu patrimônio, desperdiçando uma riqueza que pode ser vital para sua população no futuro breve. Os números ambientais brasileiros ainda são melhores do que os da maioria das regiões do mundo, mas podem se tornar negativos se não houver controle sobre os desmatamentos, as queimadas e o uso dos mananciais de água. Só com legislação rigorosa, elaborada a partir do interesse comum, e fiscalização eficaz o país evitará a destruição ambiental. E ainda se está muito longe desse patamar.

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