sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

PASSAR DE ANO

Há uma expressão popular consagrada, que parte do mundo escolar com suas etapas de ensino e formação: “Passar de ano”. Não é apenas um desejo dos pais que esperam ver seus filhos progredindo e investem financeiramente em meios favoráveis. “Passar de ano” é também uma razão forte de todos os alunos conscientes e responsáveis, tanto crianças, como jovens e adultos.

A reprovação escolar é sempre traumática, independentemente da causa. “Passar de ano” não é apenas uma sensação de alívio, mas uma perspectiva que se abre para outra etapa favorável a uma ascensão formativa, educacional e profissional. “Passar de ano” é desejo de todos, porque nosso viver é dinâmico e impelido por grandes sonhos. Quando a pessoa já não aspira passar de ano e deixa de sonhar o novo, facilmente renuncia ao potencial que traz consigo, pondo em risco a capacidade de ser sujeito da história.

“Passar de ano” não é apenas um desejo dos frequentadores de escola. É também uma prática quase espontânea, de quem vai tirando ou riscando as folhas do calendário de cada mês, até chegar ao fim de ano e substituí-lo por outro calendário do novo ano, ou por outra agenda. Assim vamos confirmando que todos passamos pelo tempo, mas com essa passagem desejamos que a etapa seguinte seja sempre melhor.

Dar um passo em frente é próprio de quem caminha. Não é normal para os humanos andar de ré. “Passar de ano” tem um preço que se chama responsabilidade e corresponsabilidade. Geralmente, acionamos mecanismos de passividade e de acomodação. Desejamos que o ano novo seja feliz e melhor, porém tendemos a imaginar que isto depende dos outros ou da sorte e pouco de nós.

Um novo ano necessita ser encarado como um dom de Deus, porque Ele é o Senhor do tempo e da eternidade. Torna-se também um dom real, quando tantos investem os seus dons e seu tempo para que nós possamos alcançar e usufruir meios favoráveis ao nosso viver cotidiano. Nesta certeza e com esta experiência real, em contrapartida, somos chamados a arregaçar as mangas e fazer a nossa parte pessoal.

O que redime o tempo vivido de cada ano novo é a sinceridade do amor. E amor só existe quando se aprende a tomar a iniciativa. Se ficarmos esperando que os outros mudem, que os outros façam, que os outros se empenhem e cruzamos nossos braços, o nosso viver vai se atormentando pelos sonhos que nós mesmos atraiçoamos. Amar a vida, amar o tempo e acolher o novo com a alegria da responsabilidade já é uma vitória antecipada e alcançada.

Não temos certezas dos resultados do que investimos agora, para o dia de amanhã, mas temos certeza de que o melhor de nós que investirmos hoje, amanhã nos deixará mais seguros e felizes, por termos feito o que devíamos fazer. Vamos passar de ano, com certeza, senão na escola institucional, ao menos na escola da vida, pois vida que é vida será um permanente aprendizado de amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário