domingo, 31 de janeiro de 2016

O JEITO DE CAMINHAR

Morando numa chácara do interior, um homem ganhou um valioso presente: três cachorros. Foi buscar os animais com sua carroça. Amarou os três na parte traseira do carro de bois e iniciou a viagem que devia durar cerca de duas horas. Um dos animais rebelou-se contra a coleira, contra a corda, contra a carroça, contra a viagem. Mordia a corda, caia, era arrastado. Outro cachorro após examinar a situação, convenceu-se que não havia remédio, a não ser obedecer. Seguiu tranquilamente o carro de bois. Mas o terceiro pulou para dentro da carroça e, confortavelmente, seguia viagem.

De alguma maneira, essa alegoria retrata a vida das pessoas. Temos todos um ponto de partida e um ponto de chegada. A nós cabe escolher a melhor maneira de viajar. O primeiro grupo é dos revoltados. Estão convencidos que o mundo está contra eles, que o destino os tratou mal ou, na melhor das hipóteses, eles não têm sorte. Caminham na vida resmungando, arrastando a cruz, na sua opinião, a mais pesada. O segundo grupo é integrado pelos conformistas. Já que está assim, deixa assim. Passam pela vida sem grandes paixões, sem grandes revoltas, sem grandes alegrias. Existem, enfim, aqueles que aceitam a situação e tratam de descobrir as melhores soluções para a viagem da vida. Se o destino me deu um limão, pensam eles, nada como transformá-lo em limonada.

As três alternativas se repetem em toda a parte. É, por exemplo, o caso do casamento. O sonho não se realizou e passam a vida praguejando: maldito o dia em que casei. Mas não têm forças para a separação. O conformismo marca o segundo grupo. A rotina predomina na viagem a dois. Podem até parecerem felizes, mas são dominados por um grande tédio, sem ódio, sem paixão. Por fim, a atitude inteligente. A partir da situação concreta, da vida familiar, as pessoas tratam de conseguir o melhor jeito, com diálogo ou por vezes calando, outras vezes fingindo não ver e perceber.

Na caminhada da fé, o primeiro grupo segue as leis, por obrigação, criticando tudo e todos. O segundo grupo é marcado por uma constante rotina. São bons cristãos, missa dominical e um mínimo de entusiasmo. O terceiro grupo busca na fé a força e o melhor meio de caminhar.

Há na vida coisas que não podemos mudar e outras que devemos mudar. A sabedoria é saber distinguir uma da outra, a virtude é escolher a melhor alternativa. E em todas as situações, jamais pode faltar o amor. O caminho está traçado, o jeito de caminhar, nós escolhemos.

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