sábado, 3 de dezembro de 2011

DEVEMOS ASSUMIR A CULPA PARA PROTEGER A NATUREZA

Durante décadas, muitos brasileiros atribuíram a culpa pelo uso descontrolado dos recursos da Terra a países ricos. Os outros eram os responsáveis pela poluição do ar, dos oceanos..., seguindo um processo conveniente de transferência.
Com a derrubada quase total da Mata Atlântica e a ampliação do desmatamento da Amazônia e das queimadas, o Brasil passou a figurar com destaque na galeria de inimigos do meio ambiente. Estudos mais recentes não só confirmam essa participação negativa como revelam dados surpreendentes. O Brasil tem menos de 3% da população mundial, 3,5% da riqueza global, mas os seus habitantes descartam 5,5% dos resíduos planetários.
Algo não está certo, a começar pelo exagero consumista. Além de não controlar a produção de lixo, há desperdício de resíduos que poderiam ser reaproveitados.
O escritor e comediante britânico Douglas Adams (1952-2001) dizia: “Quando se culpa os outros, renuncia-se à capacidade de mudar.” É o preço do comodismo, do subterfúgio, da fuga. Pode servir hoje para uma falsa imagem, mas logo vem a cobrança.
Assumir a condição de agressor da natureza é o primeiro passo no caminho da reversibilidade. O brasileiro já não pode ostentar o título de guardião das florestas e rios. A condená-lo está, entre outros, o grande escritor e filósofo francês François Marie Arouet, o Voltaire, quando afirma que todos são culpados pelo bem que não fazem. Ainda há tempo para reconhecer a culpa e, ao invés de reclamar dos outros, implantar mudanças que garantam recursos naturais às futuras gerações. O Código Florestal é um bom começo. Se ele não permitir o crescimento sustentável, será mais um triste e comprometedor marco na história do país

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