quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A BARBARIE VAI FAZENDO SUAS VÍTIMAS

Mal a humanidade inicia a sua caminhada pelo século XXI adentro e os sinais exteriores da barbárie reclamam seu perverso protagonismo no dia a dia de todos nós cidadãos e começam a pontuar, a se destacar, nos grandes feudos de comunicação em massa. O capitalismo perdeu a compostura de vez e escancara para quem quiser ver a verdadeira natureza de suas entranhas.

A mídia corporativa, a televisão em especial, dominada pelo entretenimento e pelo jornalismo de mau gosto dos últimos anos, avançou um degrau no plano de embrutecimento das consciências, na banalização sistemática dos costumes, dos sentimentos, e na alienação política dos cidadãos. Mas com uma curiosa e, sobretudo, perversa estratégia: a culpa dessa tragédia que nos enfiam pelos olhos e ouvidos, a sua articulação, será sempre dos terroristas muçulmanos ou poderá ser também dos excluídos e seus líderes populistas, ou ainda dos que insistem em teses anticapitalistas... E contra toda essa gente será necessária uma ação profilática e de preferência seguida por uma propaganda de impacto, o mais realista possível.
Nessa nova escalada para impor o terror e o medo, o primeiro a tombar foi Sadan Hussein após o genocídio no Iraque. Alguns anos depois vem a morte do “tão procurado” Osama Bin Laden e o genocídio do Afeganistão provocado pela caça ao líder da Al Qaeda. Agora, o cruel assassinato de Muhamar Khadafi e o genocídio líbio. Quem serão os próximos: Ahmadinejad no Irã, já anunciado inclusive, Hugo Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia? Algum eventual ditador africano ou asiático?
A barbárie vai fazendo suas vítimas reais e virtuais, sob os clarins da indiferença de uns, da hipocrisia e do cinismo de outros e do regozijo daqueles que, cegos e surdos diante do sofrimento de milhões de seres humanos, insistem também debochadamente que o problema não é sistema econômico, o problema é o “ser humano”, e que esse não tem jeito.

O natal se aproxima. Sabemos que o Papai Noel não existe, mas como é bom acreditar no bom velhinho, não é mesmo? A árvore enfeitada e os presentes à sua volta dão validade ao espírito cristão por mais 24 horas, juntando os despojos de nova e lucrativa campanha consumista, bem como nos tranqüilizando a todos a consciência de bons cidadãos.
Exorcizados, preparamo-nos para os novos espetáculos da barbárie.









Nenhum comentário:

Postar um comentário