quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

UM EM CADA SEIS ADOLESCENTES VIVE EM EXTREMA MISÉRIA

O adolescente brasileiro ficou mais pobre e mais exposto à violência. Esta é a síntese do relatório Situação da Adolescência Brasileira 2011, do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), que compara a realidade de 2004 com a de 2009. Dos 21 milhões de adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos, 38% (cerca de 7,9 milhões) vivem em situação de pobreza, em famílias com renda inferior a meio salário mínimo per capita por mês (R$ 272,5 considerando o salário mínimo atual). Os casos considerados mais graves estão entre os 3,7 milhões de adolescentes dessa mesma faixa de idade, o correspondente a 17,6% (eram 16,3% em 2004) da população adolescente, ou um em cada grupo de 5,68 adolescentes, que vivem na extrema pobreza, em famílias com até 1/4 do salário mínimo per capita por mês (R$ 136,25). No mesmo período, a situação de extrema pobreza da população em geral caiu de 12,4% para 11,9%.
Segundo o documento do Unicef, os adolescentes são mais vulneráveis que outros segmentos da população e, entre eles, a desigualdade aumenta problemas de trabalho precário, dependência química, abuso sexual e homicídios. Enquanto a taxa de homicídios da população em geral era 20 a cada 100 mil, na população de 15 a 19 anos é de 43,2 a cada 100 mil.
O adolescente negro entre 12 e 18 anos, segundo o Unicef, tem o risco 3,7 vezes maior de ser assassinado. Já um adolescente indígena tem três vezes mais chances de ser analfabeto. Do total de 500 mil adolescentes analfabetos, 68,4% são meninos.
O Unicef utilizou dados oficiais do governo brasileiro para a obtenção das informações. O relatório, no entanto, constatou avanços na maioria dos indicadores analisados, dentre eles redução do número de adolescentes que só trabalham e não estudam, redução do analfabetismo entre adolescentes e redução do percentual de adolescentes que não estudam e não trabalham.

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