terça-feira, 13 de julho de 2010

QUERES SER FELIZ PARA SEMPRE? - PERDOA.

A vingança era um dever sagrado na tribo. E esta precisava ser bem maior que a ofensa. Um índio, extremamente furioso, comunicou a um velho cacique sua disposição de matar um rival que o havia ofendido gravemente. O idoso escutou-o com atenção, concordou com ele, mas fez um pedido: antes de realizar seu objetivo, deveria encher o cachimbo da paz, fumá-lo calmamente. No dia seguinte, o índio, menos irado, comunicou que não assassinaria o rival, mas daria a ele uma surra memorável. O velho cacique elogiou sua decisão, mas pediu que enchesse novamente o cachimbo e o fumasse mais uma vez... No dia seguinte voltariam a conversar.

O sono é sempre um bom conselheiro e, no dia seguinte, o índio informou ao cacique que não bateria no desafeto, mas lançaria no seu rosto sua má ação e o faria passar vergonha diante de todos. Novamente o cachimbo foi acionado e - após uma serena meditação - o índio comunicou sua decisão final: iria até o agressor e lhe daria um apertado abraço. Fazendo isso, liquidou um inimigo e conseguiu um amigo.
Para os gregos antigos, a vingança se constituía no supremo prazer, na alegria mais intensa permitida a um mortal. O Evangelho ensina uma maneira mais inteligente de vingança: o perdão. Isso espanta ao apóstolo Pedro, que acha de bom tamanho perdoar sete vezes, mas o Mestre esclareceu: não te digo sete vezes, mas setenta vezes sete” . No linguajar bíblico, setenta vezes sete equivale ao infinito.
O perdão não significa um gesto de covardia ou omissão. O perdão é a possibilidade da pessoa recomeçar em outras bases. É zerar o mal. Perdoar não significa esquecer a ofensa nem supor que o errado seja certo. Também não significa a possibilidade do agressor continuar infernizando a vida dos outros. O perdão é a atitude evangélica que possibilita ao irmão recomeçar. É a atitude do pai que abraça o filho ingrato, que estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado.
O perdão não é uma atitude unilateral. Perdoar faz bem ao ofensor e ao ofendido. A falta de perdão - é um dado científico - adoece as pessoas. Mais ainda: a pessoa que odeia perde a beleza interior e a própria beleza física. E a vingança nunca trouxe nada de bom. Um provérbio popular garante: se queres ser feliz um momento, vinga-te; se queres ser feliz para sempre, perdoa!

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