Um estudo divulgado nesta segunda-feira (12) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos DIEESE, mostrou que no primeiro trimestre deste ano as instituições bancarias contrataram mais funcionários do que demitiram. Porém, os novos trabalhadores recebem até 40% a menos do que os funcionários dispensados.
Em números, os bancos dispensaram mais de 8.2 mil trabalhadores e contrataram mais de 11 mil. No saldo, pouco mais de 2.8 mil novos empregos. A presidente do Sindicado dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira Leite, considera baixo o número de empregos gerados, tendo em vista que os bancos aumentam a sua lucratividade a cada ano.
“Os bancos têm condições de contribuir mais com o país e com os empregos. Essa medida não tem sentido, esse funcionários são formados. A médio e longo prazo essa medida vai prejudicar o Brasil e a economia desses funcionários. Essa troca de funcionários é feita simplesmente para enxugar custos, que na verdade não tem cabimento pois eles [bancos] são lucrativos.”
Em média, os trabalhadores dispensados recebiam aproximadamente R$ 3.5 mil, já os recém contratados estão recebendo pouco menos de R$ 2.2. Isso representa um salário 37% inferior em relação à dos desligados. A situação ainda é pior para as mulheres. Elas foram contratadas com salário 32% inferior ao do homens.
Se comparado a outros segmentos da economia, o sistema financeiro foi o que menos gerou empregos no primeiro trimestre de 2010: apenas 0,43% dos mais 657 mil novos postos. No mesmo período, juntos, os cinco maiores bancos apresentaram lucro líquido de R$ 9,5 bilhões.
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