terça-feira, 13 de julho de 2010

HAJA O QUE HOUVER, ESTAREI DO TEU LADO.

Na Romênia, um homem costumava dizer ao filho: haja o que houver, eu sempre estarei ao seu lado. Algum tempo depois houve um terremoto que destruiu a maioria das casas da cidade, com muitos mortos e feridos. Também uma escola foi destruída e um grupo de onze crianças ficou preso numa sala. Em meio à escuridão e o desespero, um garoto animou os colegas, dizendo que não precisavam ter medo. Meu pai me garantiu - dizia a criança - haja o que houver, eu estarei sempre ao teu lado.

Na superfície, o pai desesperado, caminhava em frente ao monte de escombros, onde ficava situada a escola. Blocos de cimento e ferros retorcidos tornavam impossível a remoção dos escombros. As horas passavam, chegou a noite e o desespero crescia. Lembrava a promessa feita ao filho, agora impossível de cumprir: estarei sempre ao seu lado. Muitos diziam-lhe: é inútil, teu filho morreu, vá para casa! O drama prosseguia também com o grupo das crianças soterradas. Mas a voz da criança tranquilizava a todos: meu pai prometeu, haja o que houver - ele virá.
Já haviam passado 43 horas quando, com o auxílio dos bombeiros, uma enorme laje foi afastada. Uma pequena abertura surgiu e o pai gritou pelo filho. E a voz da criança se fez ouvir: pai estou aqui, com mais dez crianças, com fome, sede e medo. E o pai, com voz embargada, disse: mais uns minutos e eu estarei aí. Momentos depois, pai e filho, crianças, familiares, curiosos, todos se abraçavam, chorando de alegria.
 Os pais terrenos têm o privilégio de desenhar nas almas dos filhos o retrato de Deus. Na história das pessoas, das famílias, e das comunidades , existem momentos cruciais, marcados pela crise e, por vezes, pela desesperança. São momentos de incerteza, quando nada dá certo, quando as ruínas dos sonhos impedem qualquer réstia de luz. Mas isso não é definitivo. Quanto mais escura a noite, mais devemos ter certeza da chegada da aurora. Quanto mais rigoroso o inverno, mais nos alegra a certeza da primavera.

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