domingo, 25 de julho de 2010

O FIM DA MISÉRIA VAI INICIAR PELO SUL

Fim da miséria inicia pelo Sul

Estudo do Ipea projeta erradicação em SC e no PR em 2012; no RS, em 2015
Até 2016, o Brasil pode superar a miséria e diminuir a taxa nacional de pobreza absoluta. Nessa corrida, dois Estados do Sul estão na dianteira: Santa Catarina e Paraná devem atingir essa meta em 2012. Esses dados foram apurados por estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre pobreza e miséria. O levantamento alerta que, para atingir esse ideal, o país precisa equilibrar a desigualdade que existe entre os Estados em relação às taxas de redução da pobreza.
Segundo o estudo, baseado em dados da Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad), entre 1995 e 2008 saíram da condição de pobreza absoluta (rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo por mês) 12,8 milhões de pessoas, enquanto 13,1 milhões superaram a condição de pobreza extrema (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal).
Entre 1995 e 2008, as taxas de pobreza extrema entre as unidades da federação foram bem desiguais. Em 1995, Maranhão (53,1%), Piauí (46,8%) e Ceará (43,7%) eram os Estados com maior proporção de miseráveis em relação à população. Treze anos depois, Alagoas assumiu o topo do ranking, com a taxa de pobreza extrema de 32,3%. Santa Catarina (2,8%), São Paulo (4,6%) e Paraná (5,7%) apresentaram os melhores resultados.
Em relação à pobreza absoluta, entre os Estados que tiveram os melhores resultados nesse período estão Santa Catarina, que reduziu a taxa em 61% no período de 13 anos, Paraná (52,2%) e Goiás (47,3%). Já o Amapá (12%), o Distrito Federal (18,2%) e Alagoas (18,3%) tiveram as menores taxas de redução do universo de pessoas nessas condições.
A situação de Santa Catarina e do Paraná se deve em boa parte ao fato de esses dois Estados terem baixa incidência de miseráveis do país. Em 2013, deve ser a vez de Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais entrarem para a lista dos Estados sem miseráveis. No ano seguinte, São Paulo e Mato Grosso devem passar a integrar esse grupo.
Desafios - O Rio Grande do Sul deverá erradicar a pobreza extrema somente em 2015. Para que essa projeção se concretize, o Estado deverá reduzir 1% ao ano a taxa de pobreza extrema, que em 2008 era de 6%. Já para erradicar a pobreza absoluta em 2015, o RS deverá reduzir 2,8% ao ano a taxa que em 2008 era de 19,5%.
Em sua conclusão, o Instituto diz que o Brasil está diante de uma “inédita oportunidade” de superação da pobreza e que, para aproveitá-la, o país precisa investir em “políticas de Estado”. “Por meio dessas políticas, o Brasil protagonizaria um novo padrão de desenvolvimento capaz de torná-lo a quinta economia do mundo”, diz o texto final do estudo.

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