terça-feira, 1 de dezembro de 2015

CONFÚCIO E OS PROFESSORES.

Pouco se conhece a respeito da vida do filósofo chinês Confúcio. Acredita-se que ele viveu entre 551-479 a.C. Algumas de suas obras são atribuídas a ele, outras foram compiladas por seus discípulos. Em um destes textos – “Conversas Familiares” – existe um interessante diálogo a respeito do aprendizado:

Confúcio sentou-se para descansar, e logo os alunos começaram a fazer perguntas. Naquele dia, o Mestre estava bem disposto, e resolveu responder.

– O Sr. consegue explicar tudo o que sente. Por que não vai até o imperador e fala com ele?

– O imperador também faz belos discursos – disse Confúcio. –E belos discursos são apenas uma questão de técnica. Eles não trazem em si a virtude.

– Então envie o seu livro “Poemas”.

– Os trezentos poemas ali escritos podem ser resumidos numa só frase: pense corretamente. Este é o segredo.

– O que é pensar corretamente?

– É saber usar a mente e o coração, a disciplina e a emoção. Quando se deseja uma coisa, a vida nos guiará até lá, mas por caminhos que não esperamos. Muitas vezes, nos deixamos confundir, porque estes caminhos nos surpreendem e então achamos que estamos indo na direção errada. Por isso eu disse: deixe-se levar pela emoção, mas tenha a disciplina de seguir adiante.

– O senhor faz isso?

– Aos 15 anos, comecei a aprender. Aos 30, passei a ter certeza do que desejava. Aos 40, as dúvidas voltaram. Aos 50, descobri que o céu tem um projeto para mim e para cada homem sobre a face da Terra. Aos 60, compreendi este projeto e encontrei a tranquilidade para segui-lo.

Agora, aos 70 anos, posso escutar meu coração, sem que ele me faça sair do caminho.

– Então, o que o faz diferente dos outros homens que também aceitam a vontade do céu?

– Eu procuro dividi-la com vocês. E quem consegue discutir uma verdade antiga com uma geração nova, deve usar sua capacidade de ensinar. Esta é a minha única qualidade: ser um bom professor.

– O que é um bom professor?

– O que examina tudo o que ensina. As ideias antigas não podem escravizar o homem, porque elas se adaptam, e ganham novas formas. Então, tomemos a riqueza filosófica do passado, sem esquecer os desafios que o mundo presente nos propõe.

– O que é um bom aluno?

– Aquele que escuta o que eu digo, mas adapta meus ensinamentos à sua vida, e nunca os segue ao pé da letra. Aquele que não procura um emprego, mas um trabalho que o dignifica. Aquele que não busca ser notado, e sim fazer algo notável.

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