terça-feira, 6 de novembro de 2012

VINHO: ACORDO ENCERRA SALVAGUARDA E PROJETA CONSUMO

O consumo de vinho dos brasileiros poderá aumentar de duas para oito garrafas per capita por ano, tornando o país um dos maiores mercados da bebida no mundo. A meta foi calculada com base no potencial de mercado, que é de 30 milhões de pessoas com condições de comprar uma garrafa por semana, e no preço médio gasto pelo brasileiro com vinho, que é R$ 25.
Esse aumento de consumo é possível (embora dificílimo) com a desistência do governo em impor salvaguardas ao vinho importado. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior confirmou que o governo desistiu de impor salvaguardas para restringir a entrada de vinhos estrangeiros. Com isso, encerra a investigação para a aplicação de salvaguarda às importações do produto.
O pedido de investigação foi encaminhado em 2011 pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), a Federação das Cooperativas do Vinho (Fecovinho) e o Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho). Mas, para evitar reclamações sobre medidas de protecionismo, o governo desistiu da medida e deve promover campanha envolvendo os segmentos para aumentar a exposição do vinho brasileiro.
Quem pediu o cancelamento da medida foi o próprio Ibravin, órgão que antes defendia restrições aos produtos estrangeiros. O fim das exigências ocorreu após um acordo entre os principais grupos de importadores e fabricantes brasileiros, na segunda 22.
Como contrapartida, os importadores concordaram em aumentar para 25% a presença de vinhos finos nacionais nos supermercados e para 15% no comércio varejista. O objetivo destas ações é buscar a comercialização de 27 milhões de litros de vinhos finos brasileiros em 2013 crescendo paulatinamente até atingir 40 milhões de litros em 2016.
O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Alceu Dalle Molle, considera o acordo de cooperação “um avanço importante em prol do desenvolvimento do mercado de vinhos no Brasil, que vai possibilitar crescimento sustentável da produção nacional de vinhos finos.” Para o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, todos saem ganhando. “O acordo vai ampliar a competitividade, melhorar a qualidade da uva e promover a indústria nacional”, destaca.
Tributos - Fabricantes e importadores afirmam que a carga tributária sobre o vinho ainda é o maior empecilho para o desenvolvimento do mercado no Brasil. O setor pede a redução do ICMS de 25% para no máximo 18%. O presidente da Vinícola Miolo, Darcy Miolo, diz que o desinteresse do brasileiro em consumir vinho se deve às altas taxas, que encarecem o produto. “Com redução de impostos, a quantia que conseguiríamos baixar seria repassada ao consumidor”, declara.

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