O consumo de vinho dos brasileiros poderá aumentar de
duas para oito garrafas per capita por ano, tornando o país um dos maiores
mercados da bebida no mundo. A meta foi calculada com base no potencial de
mercado, que é de 30 milhões de pessoas com condições de comprar uma garrafa por
semana, e no preço médio gasto pelo brasileiro com vinho, que é R$ 25.
Esse
aumento de consumo é possível (embora dificílimo) com a desistência do governo
em impor salvaguardas ao vinho importado. O Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior confirmou que o governo desistiu de impor
salvaguardas para restringir a entrada de vinhos estrangeiros. Com isso, encerra
a investigação para a aplicação de salvaguarda às importações do produto.
O
pedido de investigação foi encaminhado em 2011 pelo Instituto Brasileiro do
Vinho (Ibravin), a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), a Federação das
Cooperativas do Vinho (Fecovinho) e o Sindicato da Indústria do Vinho do Estado
do Rio Grande do Sul (Sindivinho). Mas, para evitar reclamações sobre medidas de
protecionismo, o governo desistiu da medida e deve promover campanha envolvendo
os segmentos para aumentar a exposição do vinho brasileiro.
Quem pediu o
cancelamento da medida foi o próprio Ibravin, órgão que antes defendia
restrições aos produtos estrangeiros. O fim das exigências ocorreu após um
acordo entre os principais grupos de importadores e fabricantes brasileiros, na
segunda 22.
Como contrapartida, os importadores concordaram em aumentar para
25% a presença de vinhos finos nacionais nos supermercados e para 15% no
comércio varejista. O objetivo destas ações é buscar a comercialização de 27
milhões de litros de vinhos finos brasileiros em 2013 crescendo paulatinamente
até atingir 40 milhões de litros em 2016.
O presidente do Conselho
Deliberativo do Ibravin, Alceu Dalle Molle, considera o acordo de cooperação “um
avanço importante em prol do desenvolvimento do mercado de vinhos no Brasil, que
vai possibilitar crescimento sustentável da produção nacional de vinhos finos.”
Para o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, todos saem
ganhando. “O acordo vai ampliar a competitividade, melhorar a qualidade da uva e
promover a indústria nacional”, destaca.
Tributos - Fabricantes e
importadores afirmam que a carga tributária sobre o vinho ainda é o maior
empecilho para o desenvolvimento do mercado no Brasil. O setor pede a redução do
ICMS de 25% para no máximo 18%. O presidente da Vinícola Miolo, Darcy Miolo, diz
que o desinteresse do brasileiro em consumir vinho se deve às altas taxas, que
encarecem o produto. “Com redução de impostos, a quantia que conseguiríamos
baixar seria repassada ao consumidor”, declara.
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