segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A HUMANIDADE CAMINHA ASSIM.


“Quando a gente tem todas as respostas vem a vida e muda todas as perguntas”, li essa frase pela primeira vez há muito tempo, e de tempo em tempo, em função de algum acontecimento, ela volta a povoar meus pensamentos, quase como um mantra ou uma constatação “interna”.
Mas, na vida de maneira geral, o que é mais importante? Ter todas as respostas, ou saber formular as perguntas certas? Vivemos numa época das respostas prontas, dos livros de auto-ajuda com as dicas para se viver, ser melhor, ter mais sucesso, das fórmulas prontas (todo mundo tem a sua e garante que ela funciona). A educação contemporânea, apesar de muito distinta das mais tradicionais, não ensina a questionar. E questionar não é necessariamente ir contra. Para questionar, precisamos ter uma boa habilidade de observar, aprender com as experiências, escutar, refletir; e a maioria das pessoas não aprendeu a fazer isso. Mesmo com a internet que permite mais possibilidades de escolha do que a televisão, as pessoas acabam escolhendo os textos curtos, as frases de impacto, a leitura fácil que traz em si todas as “respostas”. Mas a vida não é assim.
A vida está sempre nos tirando do lugar, nos questionando, nos abrindo possibilidades de perceber o mundo por outros vieses. Não existem respostas prontas ou certas. O que existe são possibilidades: às vezes muitas, às vezes poucas. E se, ao longo da vida, não aprendermos a escolher diante desse emaranhado de informações, tropeçaremos muitas vezes nas nossas próprias respostas (ou certezas). É muito sedutor saber a resposta: quem não gostaria de ter uma bula com informações sobre nosso semelhante? Quem não gostaria de ter a “bola de cristal” com as respostas sobre o futuro ou sobre o que poderia acontecer se tomássemos determinado caminho?
E a resposta? Quase sempre estará dentro de nós mesmos. O que a vida nos faz através das perguntas que nos coloca ou nos impõe é permitir que possamos aprender a trilhar nosso próprio caminho e nos responsabilizar pelas escolhas que fazemos, porque garantias não temos, nem nunca teremos. Por isso, viver é um desafio, um grande desafio para os que têm coragem de olhar para si mesmos na busca por respostas que só trarão novas perguntas.

E assim deveria caminhar a humanidade.

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