sábado, 18 de junho de 2016

A ESPIRITUALIDADE

A espiritualidade é uma questão cotidiana. Há uma busca crescente pela vivência da espiritualidade. Na atualidade há um variado mercado religioso que oferece às pessoas produtos que possam satisfazer seus desejos. Por conseguinte, é preciso fazer a experiência mais profunda de espiritualidade. Em contexto atual, contribuir para a vivência da espiritualidade cristã é buscar suas reais possibilidades.

A definição de espiritualidade é tarefa nada fácil. É um termo bastante abstrato. Normalmente falar em espiritualidade refere-se à relação da pessoa com Deus. Geralmente tida como incorpórea, imaterial e relacionada à religião. Uma experiência que está relacionada à qualidade ou caráter espiritual. Para o teólogo alemão Hermann Brandt a “espiritualidade é um termo muito plural e multicolorido” devido às vastas concepções e experiências. Quanto à experiência de espiritualidade cristã, vai num crescente distanciamento do mundo em direção ao verdadeiro fundamento. Esta nasce e é nutrida pela experiência de encontro com Jesus Cristo. A espiritualidade cristã é ação do Espírito do Evangelho. Ela não tem uma finalidade em si mesma, mas é vida e vivência dos agraciados imerecidamente. Ela é livre de legalismo. E justamente por isso ela é a espiritualidade da libertação das pessoas.

O termo espiritualidade deriva do adjetivo espiritual, em latim spiritualis. O termo grego pneumáticos designa a forma de viver a vida a partir do Espírito de Deus. Desse modo, spiritualis e pneumáticos designa o centro da existência cristã. A espiritualidade expressa a forma central da vida cristã e designa a relação do ser humano com Deus, com os outros, com o mundo. A espiritualidade cristã passa pelo planejar, refletir e agir dos cristãos. O fundamento para a espiritualidade cristã encontra-se no evangelho que leva a Jesus. Logo, a pessoa cultiva sua espiritualidade na forma de Jesus orar.

A Igreja primitiva cultiva sua espiritualidade de forma comunitária, tendo como pontos centrais a celebração e a comunhão de vida. Nos três primeiros séculos do cristianismo esta se caracteriza pela espiritualidade do martírio, pois os cristãos eram perseguidos até o martírio. Na Idade Média surge o fenômeno da anacorese, a vida ascética de isolamento no deserto. Os cristãos vivenciam este estilo de espiritualidade e em seguida surge a espiritualidade conventual.

Hoje a espiritualidade é mais subjetiva e emotiva. Ao considerar a transformação da espiritualidade cristã é preciso voltar à unidade entre a teoria e a práxis, pois a espiritualidade cristã não se separa da vida cotidiana. Esta, como vivência histórica concreta, é capaz de criar comunidade unida ao fundamento, Jesus Cristo. É capaz de ouvir o grito pela vida. Rejeita a maneira “platônica”, fora da história. A espiritualidade cristã não se identifica com o supermercado do sagrado, pois é comunidade e socialmente transformadora.

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