segunda-feira, 18 de abril de 2016

E A FELICIDADE?


Nem sempre o céu das famílias é estrelado. Céu e inferno, por vezes, instalam-se e revezam-se nos lares. Esse abismo costuma ser ladeado por semanas e meses de egoísmos mútuos. As crises, por vezes são superadas, outras vezes conduzem para o fim irreversível, indesejado e doloroso.

O casamento passa por três estágios: antes, durante e depois. O antes, daquele casal, foi cheio de sonhos e encanto. Tudo era bonito, um não podia viver sem o outro. Tudo era partilhado, tudo era planejado em conjunto. Formavam o par perfeito. Depois veio o durante, os 45 minutos mágicos em que a noiva desfilou pela igreja, onde era aguardada pelo príncipe encantado. Tudo havia sido planejado: músicas, flores, pajens, padrinhos, convidados, fotógrafos, cinegrafistas... O terceiro estágio, que deveria durar para sempre, começou bem. Melhor do que imaginávamos, diziam eles.

A cena seguinte passa-se três anos depois. No final de uma semana de mútuas agressões, silenciosas ou não, onde o egoísmo dos dois ficou evidente, houve um momento decisivo.

Ao sair para o trabalho, o marido rabiscou um bilhete amargo que deixou ostensivamente na sala de jantar.

Apenas uma frase: Se, pelo menos, você soubesse como a odeio. A esposa quase não queria acreditar. Leu muitas vezes o bilhete e entendeu que o jogo estava perdido. Ao meio-dia ele almoçava no emprego. No fim da tarde, ela estava um pouco mais serena. Providenciou um buquê de rosas vermelhas, as preferidas dele, e escreveu um bilhete: Se, ao menos, você soubesse quanto o amo!

Os dois quase náufragos se encontram no fim do dia. A 25ª hora se aproximava. Houve um momento de indecisão, cada um tentando adivinhar o sentimento do outro. Depois, um longo e desejado abraço, risos e lágrimas, purificaram o passado. E juraram - com uma intensidade maior do que no do dia do casamento -, que seriam felizes para sempre. O “sim” adquiriu novo significado.

A racionalidade é importe também na vida a dois. Há algumas perguntas que os casais devem responder. A primeira é individual: será que não estou sendo egoísta? Outras duas perguntas devem ser debatidas em comum: será que não estamos falando pouco e será que não estamos falando pouco com Deus?

Querer ser feliz é egoísmo; amar é fazer o outro feliz. A palavra pode machucar e matar, mas ela também tem um valor medicinal. O matrimônio é arquitetura humana e divina. É arriscado querer ser feliz sem Ele.

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