terça-feira, 26 de abril de 2011

O DEUS MERCADO E OS ADORADORES DE DINHEIRO

As duas forças mais destrutivas da natureza humana – a cobiça e a inveja –impulsionam os homens de finanças, os banqueiros, os mandarins corporativos e os dirigentes de nossos dois principais partidos políticos, todos eles beneficiários deste sistema. Colocam-se no centro de sua criação. Desdenham ou ignoram os gritos dos que se encontram abaixo deles. Retiram nossos direitos e nossa dignidade e frustram nossa capacidade de resistência. Fazem-nos prisioneiros em nosso próprio país. Vêem os seres humanos e o mundo natural como simples mercadorias a serem exploradas até ao esgotamento e ao colapso. O sofrimento humano, as guerras, as mudanças climáticas, a pobreza, tudo serve ao custeio dos negócios. Nada é sagrado. O Senhor dos Lucros é o Senhor da Morte.

Os fariseus das altas finanças que podem nos ver esta manhã de suas salas e seus escritórios pelas esquinas debocham da virtude. A vida para eles só tem o significado do proveito próprio. O sofrimento dos pobres não os preocupa. As seis milhões de famílias expulsas de suas casas não os preocupam. As dezenas de milhões de aposentados, cujas economias para a aposentadoria foram anuladas pela fraude e pela desonestidade de Wall Street não os preocupam. Que não se consiga deter as emissões de carbono, isso não os preocupa. A justiça não os preocupa. A verdade não os preocupa. Uma criança faminta não os preocupa.
Os banqueiros e os gestores de fundos de alto risco, as elites corporativas e governamentais, são a versão moderna dos hebreus desencaminhados que se prostraram diante do bezerro de ouro. A centelha da riqueza brilha diante de seus olhos e os impulsiona cada vez mais rápido para a destruição. E querem que nos prostremos também diante do seu altar. Enquanto nos inspirarmos na cobiça, ela nos manterá cúmplices e em silêncio. Na medida, porém, que desafiemos a religião do capitalismo sem escrúpulos, uma vez que exijamos que a sociedade atenda verdadeiramente as necessidades dos cidadãos e que o ecossistema sustente a vida, ao invés das necessidades do mercado, uma vez que aprendamos a dialogar com uma nova humildade e a viver com uma nova simplicidade, uma vez que amemos ao nosso próximo como a nós mesmos, romperemos as correntes que nos aprisionam e faremos com que a esperança seja percebida.






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