quinta-feira, 28 de abril de 2011

MEU PAI TRABALHA SEMPRE.

Um grupo de adolescentes conseguiu invadir um estádio de futebol para abraçar um atleta famoso. Um jornalista entrevistou o grupo e quis saber o motivo de tanta euforia por querer tocar no ídolo encantador. Um jovem respondeu: “Nós combinamos e decidimos fazer tudo para abraçar e tocar um vencedor”. Esse vencedor vinha se consagrando pelos gols em favor do seu time. Dedicado e fiel, sempre vestiu a camiseta e investiu tudo para construir um clube bem sucedido.

Tocar e homenagear um vencedor são um jeito de projetar também o desejo de sê-lo. Ao natural não se busca tocar, abraçar e homenagear derrotados, nem mesmo lembrar fatos depreciativos que nos atingem. Faz parte dos humanos torcer por alguém que nos precede e nos representa na competência de suas obras. Tocar alguém assim é, de certo modo, querer participar das mesmas vitórias.
Mal comparando, vamos saltar para as maravilhas da criação. A Escritura e a história sempre acenam e nos convidam a lembrar, admirar e celebrar as maravilhas de Deus, vivas e presentes em nós e junto a nós. Quando nos sensibilizamos e aprendemos a nos encantar com a criação que saiu das mãos de Deus, também temos razões para tocar e abraçar um eterno vencedor. Mais que um atleta ou um artista, Deus, que é amor, não pode ser pensado como um derrotado.
Em Deus sempre prevalece a vitória da vida, da beleza e da bondade. Seu projeto não visa concorrer com os humanos, nem mesmo com os demônios. Em Deus, todas as suas obras comunicam a gratuidade do amor. Tudo o que é de Deus está ao nosso favor. Seu time é composto de todos os seus filhos e filhas, de todas as raças e culturas. Como ele, não somos torcedores e nem fanáticos, mas participantes de um projeto que é também nosso.
Tocando a criação, aprendemos abraçar o Criador e com Ele fazer parceria responsável por um mundo onde deve vencer a vida. Não é ingenuidade e nem sentimentalismo aprender a sentir a terra onde pisamos, a apreciar a água que tomamos, a acariciar a flor que plantamos no jardim, a abraçar um irmão, imagem e semelhança de nosso Deus. Tocar e sentir, amar e agradecer o mundo criado é entrar em diálogo com o Deus que sempre sustenta viva sua obra. “Meu Pai trabalha sempre” (Jo 5,17).

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