quarta-feira, 17 de novembro de 2010

SENHOR ABRAVANEL II

Começou como camelô ainda menor de idade, fazendo ponto nas esquinas da Rua do Ouvidor, no centro do Rio, nunca teve problemas com os fiscais da prefeitura carioca, o diretor gostou da sua voz e o apresentou a um amigo da Rádio Guanabara. Buscando um público cativo para vender suas bugigangas passou a fazer a utilizar as barcas que fazem o percurso Rio-Niterói.

Vendia o que vendem os camelôs, inutilidades úteis; sua especialidade eram capas de plástico para carteiras de trabalho, documento de importância capital para comprovar que o portador não é um desocupado. Não perdia tempo, em Niterói tinha um bico como locutor da Rádio Continental.
Alguém lhe disse que em São Paulo havia mais dinheiro, mandou-se para a Paulicéia, deu-se bem. Nunca poderia dar-se mal. "Se amanhã me disserem que o país virou comunista vou perguntar, ‘como é que faço para ser o chefe dos comunistas?’" Começou alugando horários em emissoras de rádio, graças a boa pinta mudou-se para a TV onde tornou-se animador de programas de auditório, logo era dono do programa de maior audiência do país. O último ditador, o populista João Figueiredo, preferiu dar-lhe um dos canais de TV disponíveis porque apostava num esquema político para disfarçar as mazelas da ditadura.

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