quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O PAPA E O USO DA CAMISINHA

Qual o efeito prático de tanto barulho em torno da manifestação papal sobre o uso de camisinhas? Vai mudar alguma coisa? Já posso imaginar os sindicatos de prostitutas em todo o mundo convocando assembléias extraordinárias. Gigolôs em polvorosa. Farmácias e camelôs providenciando reforço nos estoques de preservativos e indústrias comprando novos equipamentos para aumentar a produção.

Depois da sua extemporânea e infeliz intromissão na recente eleição presidencial brasileira, em que ressuscitou a questão do aborto, já estaria na hora de alguém mais próximo ao papa recomendar-lhe um bom repouso, antes de voltar a se manifestar sobre o uso de preservativos por prostitutas, o que obrigou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, a sair dos seus cuidados e vir a público no final de semana para “explicar” o que Bento 16 queria mesmo dizer.

“No raciocínio do papa, está claro que não se trata de uma mudança revolucionária”, mas de uma “visão compreensiva”, para levar uma humanidade “culturalmente muito pobre rumo a um exercício mais humano da sexualidade”, disse Lombardi, em nota distribuída pelo Vaticano. Ah, bom…
É realmente espantoso que, em pleno século 21, milhões de pessoas ainda abram mão da sua liberdade de escolha, de sua racionalidade, de suas convicções íntimas e aceitem que alguma suposta autoridade (papa, igreja, presidente, general) lhes diga o que é certo ou errado e como devem viver as suas próprias vidas.


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