terça-feira, 5 de outubro de 2010

VISÕES OTIMISTAS

No mundo globalizado, faz-se urgente a criatividade para dar uma moldura diferente a esse fenômeno inédito. Há o risco de que seja mais do mesmo, prolongando o velho paradigma, baseado na dominação dos outros e da natureza, sempre em benefício dos mais fortes e opulentos.

No Brasil há o superávit de esperança, própria da alma brasileira. É por ela que temos a confiança de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança projeta continuamente visões otimistas. “Um dia a coisa vai mudar... se Deus quiser” ouve-se frequentemente na boca do povo. Nossas canções estão perpassadas de esperança. Assim cantam as comunidades : “Virá um dia em que todos, ao levantar a vista, veremos nesta terra, reinar a liberdade”. Essa aura de esperança permite relativizar e tornar suportáveis os dramas que milhões padecem. Por causa da esperança de que o inesperado pode ocorrer, resistem e se organizam para torná-lo real e não deixá-lo apenas mera utopia que é a má utopia.
A crise econômico-financeira de 2008 projetou uma nuvem escura da desesperança, principalmente entre os pobres, cujo número cresceu em 200 milhões. Se não houver esperança de dias melhores através de políticas mundiais de solidariedade e de corresponsabilidade coletiva, conheceremos a violência da insurreição das vítimas e da repressão dos poderosos, de dimensões inimagináveis.
A carga utópica que caracteriza a cultura brasileira que se traduz por inarredável confiança no futuro com algo promissor e benfazejo, poderá ajudar a remover a sensação de impotência e a superar a cultura do cinismo. O Brasil pode ser o antecipador da “Terra da boa Esperança.

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