quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PENSAR QUE NÓS TODOS SOMOS BOBOS, ISSO NÃO.

Jamais tinha visto nada parecido na cobertura de uma eleição - tamanhas baixarias, tantos preconceitos, discursos tão vis e cínicos, textos inacreditavelmente sórdidos publicados em blogs e colunas _ desde os tempos em que não podíamos votar para prefeito, governador nem presidente da República.

No melhor momento social e econômico da história recente do país, chegamos ao fundo do poço na política. O Brasil não merecia isso. O problema é que, qualquer que seja o resultado da eleição, no dia seguinte a vida continua, e um terá que olhar na cara do outro, seja de que partido ou igreja for, leitor, ouvinte ou telespectador. Como sobreviverão estas duas instituições? Com que cara?
Na véspera do golpe dentro do golpe que foi o Ato Institucional Nº 5 decretado pelos militares, em dezembro de 1968, o Estadão publicou o editorial “Instituições em Frangalhos”, e a edição foi apreendida. Agora, pode publicar o que quiser e apoiar o candidato que melhor lhe convier sem correr este risco.
Orgãos de imprensa e igrejas, jornalistas e religiosos, têm todo o direito de escolher seus candidatos, fazer campanhas por eles, detonar os adversários. Só não podem fingir que são santos e pensar que nós todos somos bobos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário