quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O SILENCIO DA ESCUTA NOS AJUDA A OUVIR

No imaginário de uma grande maioria, o silêncio continua sendo uma experiência negativa de vazio, abandono e risco. Não faltam os que sentem medo e insegurança quando se veem envoltos no silêncio, como se este fosse uma ameaça. Daí a necessidade de buscar constantemente sons de toda a espécie.

No coração da vida, constatamos que somente calar não é silêncio. O animal também é capaz disto e mais ainda a pedra. O verdadeiro silêncio precisa voltar-se para uma sintonia positiva, lá onde a escuta vale a pena. O silêncio fecundo cultiva relações amplas e globais. No exercício do silêncio, possibilita-se aquela escuta de uma comunicação que nos precede no caminhar da vida.
Escuta de nossas vozes interiores - Não dando ouvido às nossas mais profundas aspirações arriscamos ignorar o que de melhor está em nosso ser. Essa escuta verdadeira nos impele de dentro para fora, onde desabrochamos para uma vida rica de sentido. Longe de ser um narcisismo, a escuta das profundezas do ser nos leva a construir o edifício do amor.
Escuta do outro - Em matéria de escuta do outro, nosso tempo está cada vez mais em déficit. Com frequência se faz esta acusação: “Ninguém mais escuta ninguém”. Não é em vão que uma das mais eficazes terapias atuais acontece quando se dá oportunidade para a pessoa verbalizar o que vive e o que sente. Madre Tereza de Calcutá disse: “O silêncio nos faz ver tudo com outra luz. Somente quem aprendeu a calar será capaz de entender e tocar o coração do próximo”.
Escuta dos acontecimentos - O silêncio da escuta nos ajuda a ouvir o que há por traz dos fenômenos e acontecimentos. Antes das consequências podemos avaliar as causas que estão na raiz dos fatos. Isso nos ensina a não repetirmos os erros e a incentivar os acertos que edificam uma história condizente com os projetos de Deus.

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