quarta-feira, 13 de outubro de 2010

NEM VENCIDOS E NEM VENCEDORES

Mestre incomparável, Machado de Assis, no romance Quincas Borba, fala de dois exércitos em luta de vida e morte pela posse de um campo de batatas. Da batalha resultaria a sobrevivência. O escritor conclui o episódio com a frase: “Ao vencido ódio ou compaixão, ao vencedor as batatas”.

O Brasil acaba de viver uma acirrada, e nem sempre ética, disputa democrática. Num pleito democrático não devem existir vencedores ou vencidos. A campanha eleitoral é a oportunidade de confrontar os diferentes programas partidários. Partido, por definição, é apenas uma parte e por isso é saudável a existência de vários. Terminada a eleição, ao vencedor compete a obrigação de governar segundo os princípios programáticos e em favor de todos. Isto significa que o bem comum deve ser a suprema lei. Os eleitos não se tornam donos de um Estado ou de um país. Eles têm apenas a legitimidade - e a responsabilidade - que o povo lhes confiou.

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