terça-feira, 26 de outubro de 2010

MANDA QUEM PODE OBEDECE QUEM PRECISA

Mandar e obedecer são artes. Há pessoas que não sabem mandar, outras não sabem obedecer. Vale para o sucesso: há quem não saiba vencer e quem não saiba perder. A pessoa madura sabe mandar e obedecer, sabe conviver com o sucesso e com a derrota. A pessoa imatura não sabe mandar e nem obedecer.

Mandar supõe a capacidade de ouvir. O coordenador, em qualquer nível, sabe escutar seus subordinados. A partir daí percebe a melhor solução e - se possível - o consenso. Um problema pode ser percebido de ângulos diferentes. Todo o ponto de vista é visto a partir de um ponto. Há diferentes saberes e cada pessoa tem seu saber. Deus não deu a uma pessoa todos os dons e não deixou a ninguém sem dons.  isto é para que aprendamos a partilhar.
Na cidade grega de Esparta, existia a chamada Assembleia dos Homens Livres, onde os cidadãos se reuniam para aprovar ou vetar as propostas dos legisladores.
Todas as questões podem ser vistas de três diferentes ângulos: a minha opinião, a opinião do outro e a opinião certa. Mandar é descobrir a opinião certa. E em todas as questões deve ser levada em conta a pessoa. Uma antiga afirmação garantia: para ensinar matemática ao Zezinho, precisamos antes conhecer o Zezinho, depois a matemática.
É o serviço quem dá dignidade a todas as coisas. O serviço deve marcar a atitude de quem manda e a atitude de quem obedece. O Mestre Jesus deixou muito clara a posição: “Eu vim para servir e não para ser servido” (Mt 20,25). Nas inaugurações coloca-se uma placa destacando-se um nome de determinada autoridade, responsável pela execução do projeto. Na realidade, deveriam ser colocados muitos nomes, com destaque para o operário humilde e o cidadão que, pagando impostos, tornou possível a obra.
O legendário Marechal Osório (1808-1879) dizia: “ É fácil a missão de comandar homens livres, basta indicar-lhes o caminho do dever”. A arte de mandar consiste em apontar o caminho do dever. Este caminho deve focar sempre o bem comum. Vale para uma família, para uma comunidade eclesial, para uma empresa, para uma cidade ou país. E isto, em última análise, identifica se uma lei é justa ou injusta. O verdadeiro triunfo não é daquele que impõe a própria vontade, mas daquele que sabe semear ideias.





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