domingo, 1 de maio de 2016

JESUS DO POVO, NÃO POPULISTA.

Em Jesus, tudo chama atenção, mas algo é mais notório nos Evangelhos. Trata-se de sua aceitação popular, por ser homem do povo. Para os chefes de Israel, Jesus foi um problema que despontou como indesejável, por seu procedimento que não se enquadrava em suas perspectivas messiânicas. Porém, o povo simples encontra em Jesus uma resposta que vem confirmar: o que é de Deus, o que é bom, o que é luz e um tempo novo que vai começar. Este é o Reino chegando!

Foi entre os pescadores e camponeses que Jesus recrutou os seus primeiros discípulos e escolheu seus apóstolos. Jesus não tinha qualquer preconceito. Como homem do povo recebia os publicanos e se hospedava em suas casas. Conhecia a verdadeira situação do povo sofrido e excluído; sintonizava com sua mentalidade religiosa e suas aspirações políticas.

Jesus não viveu num mundo ideal, numa Palestina de sonhos, onde só havia problemas de ordem religiosa. Viveu num país ocupado por estrangeiros e pelos zelotes, guerrilheiros daquele tempo. Quando inaugurou sua pregação, anunciando a chegada do reino, suas palavras repercutiam fortemente em seus contemporâneos inquietos, esperançosos, mas também confusos, confiavam que Jesus declarasse guerra santa aos romanos.

A expectativa messiânica colocou Jesus num cenário conturbado e perigoso, mas o povo o procurava sempre mais e se comprimia para ouvi-lo, vê-lo e alimentar suas esperanças. Jesus era simples e identificado com seu povo. Não era uma pessoa estudada, nem era da classe alta, nem sacerdotal. O povo sintonizava muito com sua mensagem, pois falava tudo diferente e dizia coisas novas que tocavam a vida.

O que impressionava o povo em Jesus era seu jeito de ensinar e o poder que saia dele para purificar. “Todos se admiravam perguntando uns aos outros: Que é isso? Um ensinamento novo com autoridade! Até mesmo aos espíritos impuros ele dá ordens e eles lhe obedecem!”. Seu modo de ensinar e a questão da pureza eram o espinho no pé que incomodava as autoridades religiosas da Galileia.

O povo notava a diferença e ficava encantado com o que vinha acontecendo. Todos viam o mesmo Jesus, escutavam as mesmas palavras e observavam os mesmos fatos, mas a reação não era a mesma. O povo simples vibrava, mas as autoridades se irritavam. Se de um lado o povo sintonizava, de outro, os fariseus e os escribas se viam ameaçados e preocupados em defender a religião.

Na verdade, Jesus de Nazaré quis viver até as últimas consequências sua condição de homem do povo. Sobre ele recaiam todas as suspeitas, mas Ele sempre prosseguia seu caminho e assumia até a última consequência a fidelidade à sua missão. Como qualquer homem do povo não conheceu nenhum privilégio. Ninguém jamais intercedeu por ele, a não ser depois de sua morte e, mesmo assim, para obter o seu cadáver.

Jesus era homem do povo, mas em momento algum permitiu ser populista. O risco do fanatismo era de todo possível diante dos milagres, mas ele sempre proibia qualquer declaração de sua intervenção prodigiosa.

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