terça-feira, 17 de maio de 2016

O QUE FAZER COM O NOSSO TEMPO

As estatísticas constituem-se em obsessão de nosso tempo. Institutos especializados encarregam-se de fazer levantamentos preciosos e tabular as mais diferentes questões. Recente pesquisa revela como o cidadão comum, classe média e alta, gasta seu tempo. As cifras indicam que a vida ficou, hoje, bem mais fácil, com menos trabalho e mais lazer.

Os números revelam que o cidadão pesquisado trabalha, em média, 1.784 horas anuais, algo parecido com cinco horas diárias, descontando férias, dias santos e outros dias não trabalhados. Contrastando com estas cifras, o mesmo cidadão ocupa 3.354 horas anuais com o lazer. Das 8.760 horas do ano, 2.920 horas são gastas com o sono, 548 com as refeições e 154 horas adoentado. Resumindo: nove horas por dias são ocupadas pelo lazer, oito horas dormindo, cinco horas trabalhando, uma hora e meia comendo e bebendo e a doença consome trinta minutos, em média.

Gastando o tempo de modo dispersivo, todos reclamamos com a falta de tempo. Na realidade, todos temos o mesmo tempo, o que acontece é a má distribuição do nosso tempo.

Todos temos o mesmo tempo. Para o executivo, para o atleta, para o líder político, para o santo, para o herói, para o motorista de táxi, o dia tem 24 horas, a semana tem sete dias, o dia 24 horas e a hora 60 minutos. São, portanto, 168 horas semanais, fatiadas em 1.440 minutos.

Na pesquisa, por um esquecimento significativo, não entraram as horas gastas com os outros, nem os minutos dedicados a Deus. Será justo usar o tempo apenas em atividades e em nosso próprio benefício? Será inteligente desperdiçar tantas horas, sabendo que elas nos farão falta? Tanto mais que a vida não oferece nenhum minuto de prorrogação.

O povo grego, o mais sábio da antiguidade, dava ao tempo dois nomes: cronos e kairós. Cronos era o tempo comum, o tempo do calendário, dos anos, meses e dias. Já kairós era o tempo de Deus. Pensador e político indiano, Mahatma Gandhi dizia que uma vida sem fé, sem oração, é como um barco sem leme. Pelo menos, um minuto em cada dia nos dirá onde estamos, para onde navegamos, onde estão os perigos e onde está o porto desejado. Um momento de oração dá sentido aos 1.440 minutos de cada dia.

Muitos alegam que não têm tempo, não sobra tempo, para rezar. Um dia até pode ser. O que diríamos a um companheiro que garante não sobrar tempo, que nunca tem tempo, para tomar banho? Na realidade, tempo é uma questão de escolha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário