sexta-feira, 13 de maio de 2016

OS MANIPULADORES



O vale-tudo pela disputa de audiência na TV aberta tem levado ao ar telejornais que são um atentado contra a sabedoria, os valores e a consciência democrática. Os conteúdos dos telejornais são agressivos à consciência, intolerantes e parciais com os fatos. Escondem-se nos manipulados comentários dos telejornais não somente a disputa do mercado, mas o interesse de criar uma cultura dependente e de opinião manipulável. Eis uma necessária reforma a ser feita, a do sistema de televisão.

O sistema de televisão no Brasil iniciou em 18 de setembro de 1950 com a TV Tupi, por Assis Chateaubriand. É o governo federal que autoriza as concessões de televisão aberta. No Brasil as emissoras de TV são controladas por grandes grupos de comunicação. Os maiores detentores das concessões são o grupo Globo, SBT, Record, Bandeirantes, BBC do governo britânico. Sem sombra de dúvida o aparelho de televisão é o eletrodoméstico mais popular e conhecido da humanidade. Em cada sala, quarto, espaço público, ali está um aparelho. É um verdadeiro altar que prende a atenção da grandiosa assembleia devota. Devido a sua importância os espaços, os cômodos das casas, construções, são arrumados em função do aparelho de TV.

Os monólogos do telejornal, das novelas, substituíram os diálogos e as conversas em família. Antes mesmo da criança saber escrever assiste a centenas de horas de emissão. Com o desenvolvimento tecnológico dos aparelhos e do sistema de transmissão por satélite a televisão tornou-se um sistema onipresente, onisciente e onipotente. Isto é, a televisão domina todas as informações e programas das pessoas. A assembleia devota segue à risca a cartilha televisiva e esta se dá o luxo de usar sempre mais imagens, tom humorístico, recurso da emoção, a superficialidade das notícias. Adotam a verdade conforme seus interesses comerciais e ganhos econômicos. No Brasil, a TV tornou-se o palco central da vida política, sem a imparcialidade. Por essa razão, todos querem ambicionar ser o presidente da Câmara, ministros, presidente dos poderes públicos. A TV converteu-se do quarto poder para o primeiro poder, manda e desmanda sobre assembleia devota. Pior, não há contrapoder capaz de detê-lo.

A bem da verdade, o que menos fazemos é ver televisão. É ela que nos vê por primeiro. Dita hábitos, orienta como agir, faz assumir cegamente sua tendência, bombardeia quem é contra seus interesses. Escamoteia com a verdade dos fatos políticos. Instrumentaliza um controle social pelo ódio. Vende a própria mensagem. Conspira e censura as ideias contrárias. Manda nos leitores. A mediocridade dos telejornais atinge nossa consciência. A informação virou mercadoria. Sem uma reforma do sistema de comunicações, torna-se o poder midiático perigoso para a democracia e a cidadania.

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