quarta-feira, 11 de maio de 2016

O HOMEM MAIS LIVRE DA HISTÓRIA

Chama atenção o título deste artigo, mas quem o confirma é  Irineu de Lion, nos primórdios do cristianismo. “Jesus foi o primeiro homem livre da história”. A liberdade é um bem supremo. Poder desfrutá-la torna a pessoa realmente ela mesma.

Sabemos como é difícil ser livre. Muitos são os condicionamentos que criam barreiras à possibilidade de optar e escolher. Sabemos quantos condicionamentos de ordem econômica, psicológica e, sobretudo, moral, interferem em nosso caminho de liberdade. Porém, o que mais impede o desabrochar de nossa liberdade são os preconceitos e compromissos de conveniência.

Jesus não tinha nenhum preconceito e nenhum compromisso de conveniência, a não ser com a vontade do Pai. Jesus não tinha preconceito nem mesmo contra os fariseus. Dialogava com eles e até frequentava suas casas. Não tinha compromisso de conveniência com ninguém a não ser compromisso com o Pai. O maior elogio dado a Jesus, quem o deu foi um doutor da lei: “Mestre, sabemos que és franco e que ensinas o caminho da Deus com lealdade, sem te preocupares com quem quer que seja, pois não olhas a posição das pessoas”.

Por ser assim livre, Jesus podia enfrentar com absoluta independência o poder religioso e político de sua nação. Esta liberdade de espírito Ele a confirmou, sobretudo, na hora de sua paixão. Não perdeu, em momento algum, a sua dignidade, como não fez concessão nem resistência alguma a quem o julgava e nem a seus algozes.

Diante das autoridades, o sumo sacerdote o questionou sobre sua doutrina e sobre seus discípulos e Ele respondeu: “Eu falei abertamente ao mundo, sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde todos os judeus se reúnem e não disse nada em segredo. Por que me interrogas? Interroga os que ouviram o que lhes falei. Eles bem sabem o que eu disse”.

Um dos algozes repreendeu Jesus e lhe deu uma bofetada: “ É assim que respondes ao sumo sacerdote?”. Impassível, Jesus respondeu: “Se falei mal, mostra o que lhe disse de mal. Mas de falei bem, porque me bates?”. Evidentemente, Jesus é livre e paciente, mas não é covarde. Preso e amarrado, reivindica a liberdade de expressão.

É impressionante a postura do Homem mais livre da história diante de Pilatos: “Tu és rei?”. Jesus responde: “Sim, tu o dizes. Eu sou rei”. Confirmou que veio ao mundo para dar testemunho da verdade. Pilatos pergunta, mas não espera resposta: “O que é a verdade?”. Busca clarear com os acusadores motivo de sua raiva e percebe que Jesus se dizia “Filho de Deus” e isto deixou Pilatos inquieto.

A verdade é que o governador nunca ouvira um acusado com tanta dignidade. Sua independência absoluta foi manifesta sobretudo na corte do rei Herodes. Há muito tempo Herodes queria conhecê-lo. Tinha curiosidade de ver algum milagre. Mas a Herodes Jesus não disse sequer uma palavra. Seu silêncio o levou a silenciar na cruz, mas a proclamar a liberdade absoluta em sua ressurreição.

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