terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

LIMITES - OS PAIS MAIS BOBOS E INSEGUROS DA HISTÓRIA

 

Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores afirma a espanhola Monica Monasterio . E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.

O grave é que estamos lidando com crianças mais "espertas", ousadas, agressivas e poderosas do que nunca.
Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos...

Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos (às vezes sem escolha...) que nossos filhos nos faltem com o respeito.

Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais.
Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem. E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim.

Quer dizer; os papéis se inverteram, e agora são os pais quem tem que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e "dar tudo" a seus filhos. Dizem que os extremos se atraem.

Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.

Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca.
Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os, e rendidos à sua vontade.

É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.
Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito. 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

INSATISFEITOS

Poucos homens e mulheres estão satisfeitos em ser quem são. Alguma coisa os incomoda, o corpo, a carreira, os amigos, os amores e humores. O corpo não responde, os amores não correspondem, a carreira não engrena, os amigos são menos amigos do que poderiam ser, o corpo não é aquele que gostariam de ter, a família às vezes chateia e aborrece e, assim, de imperfeição em imperfeição e de defeito em defeito, insatisfação após insatisfação, eles reclamam, ou da falta ou do excesso de alguma coisa. 
Isto acontece porque esses eternos insatisfeitos têm vontade, intelecto, desejos e sonhos, querem menos ou mais e não acharam ainda a medida justa.
Que chance terão de ser felizes? É uma pergunta que terão que fazer a si mesmos. E responder por si mesmos. Se apesar de uma ou muitas insatisfações já se consideram felizes, então meio caminho foi andado. Se por causa de tudo isso não se consideram felizes, então passaram dos limites. Terão que decidir o que precisamente querem, ou aceitar que entre o oito e o oitenta há pelo menos setenta números…

QUANDO PARAR?

Faz algum tempo que um jornalista famoso de um diário da capital gaúcha escreveu um artigo de repercussão: “Saber parar na hora certa”. Referindo-se a todo tipo de pessoa com responsabilidades na linha de frente, o escritor falava que o saber parar é um atestado de sabedoria e grandeza. O problema é saber qual é hora certa. Onde estariam os critérios para a justa hora de saber parar?
Na realidade dos humanos há quem para cedo demais e há quem teima em não parar nunca e atrapalha os que poderiam garantir um futuro dinâmico e transformador. Existem os que mal começam exercer uma missão e dizem “terminei o gás!” Encerrar uma tarefa e começar outra, tentando acertar melhor, faz parte da normalidade da vida. Parar por entreguismo e acomodação, antes da hora, sem lançar-se para uma nova tentativa, é uma decisão prejudicial para a pessoa e para quem necessita de sua contribuição. Qual é a justa hora de parar? E quem para, quando e em que deve parar?
Nem antes, nem depois, parece ser um critério óbvio. Porém, quando se trata de realização humana e liberdade, de consciência do bem comum e de responsabilidade, não parece ser assim tão fácil decidir-se. Para quem se sente envolvido como sujeito de uma história e investiu a vida em determinada causa, a hora de saber parar não é uma brincadeira. 
Nessa questão também há um problema muito comum que acontece com pessoas que são forçadas a parar. Às vezes, é por causa da idade, outras vezes é por doença, ou até mesmo por incompetência no exercício de uma importante tarefa. Geralmente, não deixa de ser traumático o convite para que alguém pare uma atividade, ou o exercício de uma função, ou passe a outro o seu cargo que lhe merece um título de destaque.
Fico impressionado quando pais de família, que são também micro ou macro empresários, vão preparando os filhos para assumirem o que eles começaram e levaram adiante com garra, dedicação e competência. De outra parte, é muito desagradável quando há proprietários ou líderes de instituições que passam adiante seu empreendimento quando este está falido. Em lugar de ser a hora certa de parar, vira o momento da fuga e irresponsabilidade.
Creio que deverá permanecer por muito tempo na mente de todos o dia 11 de fevereiro de 2013, quando o Papa Bento XVI anunciou sua renúncia. O fato surpreendeu o mundo! Porém, o pontífice foi coerente com o que havia afirmado no livro-
entrevista “Luz do mundo”, sobre a hipótese de renunciar. Num primeiro momento disse ao jornalista: “Este não é o momento de renunciar, mas de enfrentar”. Mas na segunda pergunta do mesmo livro o Papa respondeu que é possível renunciar quando não é mais possível continuar.

HIPERATIVIDADE NÃO É MA EDUCAÇÃO

Em época de volta às aulas, ganha visibilidade um problema que aflige pais, filhos e professores, mas ainda não é muito bem entendido pela sociedade: o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou, simplesmente, Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA). Há quem diga que hiperatividade é desculpa para a má educação e falta de limites de algumas crianças e adolescentes, mas o distúrbio é reconhecido como doença pela Organização Mundial da Saúde. Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, presidente da Associação dos Estudos do Déficit de Atenção, o descrédito da sociedade ocorre porque os três principais sintomas do transtorno, que são distração, impulsividade e hiperatividade, são típicos da infância. “O que diferencia uma criança um pouco mais ativa daquela que de fato apresenta o DDA é a intensidade, a frequência e a constância dos três sintomas principais”, afirma. “Tudo na criança com DDA parece estar presente em demasia”, esclarece a psiquiatra. 
"Existem doenças que você tem ou não, detectadas por exames, como Aids, câncer, hepatite. Há outras que você tem quando passa de um certo grau, como diabetes, DDA”, observa o também psiquiatra Paulo Mattos, autor do livro No Mundo da Lua. “Sendo assim, todos apresentamos um ou outro sintoma de DDA, eu ficaria preocupado se encontrasse alguém sem qualquer sinal de distração, impulsividade e hiperatividade”, completa. 
Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o transtorno ocorre em 3 a 5% das crianças. A herança genética é o principal fator determinante para o DDA, que não tem cura, mas tem tratamento. Ao contrário do que muitos imaginam, o traço principal dessa doença são as alterações na atenção, e não a hiperatividade, alerta Ana Beatriz. A inquietação física e a impulsividade podem aparecer ou não nos portadores do problema. O comportamento hiperativo é mais comum nos meninos. Normalmente, essas crianças são rotuladas de “avoadas”, esquecidas, pestinhas, burras. Sem um diagnóstico e um bom tratamento, essa pecha vai acompanhar a vítima pela vida toda, prejudicando a autoestima e gerando insegurança. Estudos atestam que esses pacientes têm mais tendência a desenvolver ansiedade, depressão, transtorno do pânico, dependência de drogas. 
Conforme a ABDA, o transtorno não é um problema de aprendizado, mas a dificuldade em manter a atenção, a desorganização e a inquietude atrapalham o rendimento escolar. É preciso orientar professores e alunos, com técnicas que ajudam minimizar as dificuldades. 
Os especialistas explicam que o diagnóstico é feito pela observação e histórico do paciente. O tratamento inclui remédios que estimulam as substâncias em desequilíbrio no cérebro. A psicoterapia (cognitivo-comoprtamental) também é fundamental. Se os pais suspeitarem do problema, devem procurar ajuda e orientação. “Há meios de melhorar a convivência e estimular bons comportamentos", afirma a psiquiatra Ana Beatriz.

VOLTA ÀS AULAS

É tempo de volta às aulas! Nada melhor do que começar o ano letivo com atitudes positivas que ajudam a garantir um bom rendimento. Segundos os orientadores educacionais, além de envolver-se com os estudos, é importante dormir e comer bem, ser organizado e reservar momentos para o descanso e o lazer. A seguir, algumas dicas. 

- Regular o sono: durante as férias, a regra é sair da rotina, dormir tarde e acordar tarde. Agora, é hora de voltar ao ritmo do ano letivo. Aos poucos, dormir mais cedo e acordar mais cedo também, para garantir a energia necessária ao aprendizado. 

- Local de estudo: que tal renovar seu local de estudos? Fazer uma faxina em prateleiras e gavetas, tirar o que não vai mais usar e abrir espaço para materiais novos. Com tudo organizado, ficará mais fácil achar o que precisa. O local também deve ser confortável, sossegado, arejado e bem iluminado.

- Organização: não basta ter uma agenda, é preciso usá-la na rotina escolar. Anotar as aulas de cada dia e as atividades extras da semana, marcar informações sobre lições de casa, provas ou trabalhos. Olhar a agenda diariamente para organizar o tempo e não ficar devendo nada na escola. 

- Perguntar: o melhor é não deixar que as dúvidas se acumulem. Se não entender algo, perguntar ao professor na hora, para não prejudicar a realização da lição de casa e não ficar perdido para a aula seguinte. 

- Bom aluno: estudar para as provas com antecedência, caprichar mais nas pesquisas, cuidar melhor do material e não deixar a lição de casa para última hora.

- Estudar em grupo: é uma ótima maneira de aprimorar os estudos e tirar suas dúvidas de maneira dinâmica.

- Lazer: reservar espaço para a diversão, o lazer. Faz parte da vida do estudante um tempo específico para o descanso. Dosar essa necessidade com as obrigações escolares vai garantir um equilíbrio diário que ajuda a manter um bom desempenho.

A MOCHILA E SEUS PROBLEMAS

Mochilas pesadas são uma constante na vida dos estudantes. Para evitar a sobrecarga, prevenindo dores e problemas na coluna, os médicos recomendam, todos os anos, que a mochila não deve pesar mais que 10% do peso do estudante. Um jovem de 45 quilos, por exemplo, não deve carregar uma mochila cujo peso esteja acima de 4,5 quilos.
Para aliviar a carga, a dica é carregar apenas o material necessário para cada dia, reorganizando a mochila diariamente. Itens mais pesados devem ser organizados na abertura principal da mochila; os bolsos externos servem para objetos mais leves. Se e escola oferecer armários para o aluno deixar livros e outros materiais, é recomendado usá-los. Evitar cadernos de capa dura e usar fichários são outras dicas que podem ajudar. 
Ao carregar a mochila, independentemente do peso, o ideal é usar as duas alças sobre os ombros, para distribuir melhor a carga e o volume. O fundo da mochila deve estar sempre apoiado na curva da região lombar, pois se estiver muito abaixo ou acima pode agravar problemas de postura. Bolsas de uma só alça não são recomendadas. Se não for possível diminuir o peso, uma boa opção são as mochilas de rodinhas, lembrando que a alça das mesmas não deve ser nem maior nem menor que a altura do braço estendido. Preferencialmente, a criança deve alternar os braços ao carregar para evitar excesso de esforço.

DICAS PARA O DIA A DIA


Mandamentos


1. Reforçar o que há de melhor na criança.
2. Não estabelecer comparações entre os filhos.
3. Conversar com a criança sobre como está se sentindo.
4. Aprender a controlar a própria impaciência.
5. Estabelecer regras e limites dentro de casa.
6. Não esperar “perfeição”.
7. Não cobrar resultados, cobrar empenho.
8. Elogiar! A criança precisa ver que seus esforços em vencer
a desatenção e controlar a ansiedade estão sendo reconhecidos.
9. Manter limites claros e consistentes, relembrando-os frequentemente.
10. Usar português claro e direto, de preferência falando de frente e olhando nos olhos.
11. Não exigir mais do que a criança pode dar: deve-se considerar a sua idade.

Estudo

- Não sobrecarregar a criança com excesso de atividades extracurriculares.
- O estudo deve ser do jeito que as crianças bem entenderem. Tudo deve ser tentado, mas se o resultado final não corresponder às expectativas, reavaliar e tentar novas opções.
- Acompanhar o que está acontecendo na escola.
- Todas as tarefas têm que ser subdivididas em tarefas menores que possam ser realizadas mais facilmente e em menor tempo.

Cotidiano

- Dar instruções diretas e claras, uma de cada vez, em um nível que a criança possa corresponder.
- Ensinar a criança a não interromper as suas atividades: tentar
finalizar tudo aquilo que começa.
- Estabelecer uma rotina diária clara e consistente: hora de almoço, de jantar e dever de casa, por exemplo.
- Priorizar o que é mais importante em determinadas situações.

Casa

- Manter o ambiente doméstico harmônico e organizado.
- Reservar um espaço arejado e bem iluminado para a realização da lição de casa.
- O quarto não pode ser um local repleto de estímulos diferentes: um monte de brinquedos, pôsteres etc.

Comportamento

- Advertir construtivamente o comportamento inadequado, esclarecendo o que seria mais apropriado e esperado naquele momento.
- Usar um sistema de reforço imediato para todo o bom comportamento da criança.
- Preparar a criança para qualquer mudança que altere a sua rotina, como festas, mudanças de escola ou de residência etc.
- Incentivar uma atividade física regular.
- Estimular a independência e a autonomia.
- Estimular a criança a fazer e a manter amizades.
- Ensinar para a criança meios de lidar com situações de conflito (pensar, chamar um adulto para intervir, esperar a sua vez).

Pais

- Ter sempre um tempo disponível para interagir com a criança.
- Incentivar as brincadeiras com jogos e regras, pois além de ajudar a desenvolver a atenção, permitem que a criança organize-se por meio de regras e limites e aprenda a participar, ganhando, perdendo ou mesmo empatando.
- Quem tem TDAH pode “descarregar sua bateria” muito rapidamente. Se este for o caso, recarregá-la com mais frequência. Alguns portadores precisam de um simples cochilo durante o dia, outros de passear, fazer ginástica etc.
- Evitar ficar o tempo todo dentro de casa ou fazer sempre a mesma coisa. Programar atividades diferentes para as folga.
- Estabelecer cronogramas, incluindo os períodos para “descanso’’, brincadeiras ou simplesmente horários livres para se fazer o que quiser.
- Nenhuma atividade que requeira concentração (estudo, deveres de casa) pode ser muito prolongada. Intercalar coisas agradáveis com tarefas que demandam atenção prolongada.
- Perguntar o que a criança quer, o que está achando das coisas. Não criar uma relação unidirecional. Obviamente, os pedidos devem ser negociados como possível.
- Usar um mural para afixar lembretes, listas de coisas a fazer, calendário de provas. Também colocar algumas regras que foram combinadas etc.
- Estimular e cobrar o uso diário de uma agenda, que deve ser consultada diariamente.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A RELIGIÃO DO DINHEIRO DEVORA O FUTURO


13.02.21_Agamben
Para entender o que significa a palavra “futuro”, é preciso, antes, entender o que significa uma outra palavra, que não estamos mais acostumados a usar, senão na esfera religiosa: a palavra “fé”. Sem fé ou confiança, não é possível futuro. Só há futuro se pudermos esperar ou crer em alguma coisa.
Sim, mas o que é fé? David Flüsser, um grande estudioso da ciência das religiões – também existe uma disciplina com esse estranho nome – estava justamente trabalhando sobre a palavra pistis, que é o termo grego que Jesus e os apóstolos usavam para “fé”. Um dia, ele se encontrava por acaso em uma praça de Atenas e, em um certo momento, levantando os olhos, viu escrito em caracteres capitais, à sua frente: Trapeza tes pisteos. Estupefato com a coincidência, olhou melhor e, depois de alguns segundos, se deu conta de que se encontrava simplesmente diante de um banco: trapeza tes pisteos significa, em grego, “banco de crédito”.
Eis qual era o sentido da palavra pistis, que ele estava tentando entender há meses: pistis, “fé”, é simplesmente o crédito do qual gozamos junto de Deus e do qual a palavra de Deus goza junto de nós, a partir do momento em que acreditamos nela.
Por isso, Paulo pode dizer em uma famosa definição que “a fé é substância de coisas esperadas” [ou, segundo a versão da Bíblia Pastoral, "um modo de já possuir aquilo que se espera"]: ela é o que dá realidade àquilo que não existe ainda, mas em que acreditamos e confiamos, em que colocamos em jogo o nosso crédito e a nossa palavra. Algo como um futuro existe na medida em que a nossa fé consegue dar substância, isto é, realidade às nossas esperança
Mas a nossa época, como se sabe, é de escassa fé ou, como dizia Nicola Chiaromonte, de má-fé, isto é, de uma fé mantida à força e sem convicção. Portanto, uma época sem futuro e sem esperanças – ou de futuros vazios e de falsas esperanças. Mas, nesta época muito velha para crer realmente em alguma coisa e esperta demais para estar verdadeiramente desesperada, o que será do nosso crédito, o que será do nosso futuro?
Porque, olhando bem, ainda há uma esfera que gira totalmente ao redor do eixo do crédito, uma esfera em que acabou toda a nossa pistis, toda a nossa fé. Essa esfera é o dinheiro, e o banco – a trapeza tes pisteos – é o seu templo. O dinheiro nada mais é do que um crédito, e sobre muitas notas de crédito (sobre a libra esterlina, sobre o dólar, mesmo que não – sabe-se lá por que; talvez deveríamos começar a suspeitar disso – sobre o euro) ainda está escrito que o banco central promete garantir esse crédito de algum modo.

A CHUVA...

Chuvas de benção e de destruição. Chuvas que trazem paz, chuvas que trazem desespero, agonia.

Tudo vai depender do momento e da intensidade delas.

Se, depois de um longo tempo expostos ao sol ou ao calor, nada mais gostoso que uma chuva para resfriar o tempo ou até mesmo para nos colocarmos debaixo dela.

Ou ainda, como é bom ter aquele barulho de chuva na janela enquanto nos colocamos para dormir! Ainda para aqueles que podem, simplesmente colocar uma rede ou uma espreguiçadeira na varanda e ficar contemplando a chuva caindo sobre as plantações, sobre os montes... não há nada mais revigorante!

Entretanto, se o volume, a intensidade e constância das chuvas são grandes, podemos ficar preparados para grandes desastres, reviravoltas, mudanças drásticas no panorama cotidiano.

Sem querer entrar aqui nas razões e porquês destas fortes chuvas, algo nos serve de forma geral como lição.

As chuvas são como nossas reflexões: possuem finalidades diversas, e em sua maioria, para fazer florescer em nosso interior as mais lindas virtudes, com divinos pensamentos, cheios de paz e harmonia. Mas também podem e, porque não, devem causar também grandes transformações em nós. Vai depender da intensidade da reflexão e de sua ação conseqüente.

E, acredite, precisamos destas “fortes chuvas” sobre nossas vidas se queremos avançar e crescer como criaturas espirituais . São fortes e profundos estados de reflexão que nos conduzem a enxergar o que está no lugar errado, o que estamos fazendo e que não está certo, alguns cuidados que precisamos ter, prevenções que precisamos tomar e ações que devemos praticar.

Certamente, se teu desejo de conduzir-se pelos caminhos mais belos e perfeitos é forte e verdadeiro, você tem de mostrar disposição para assumir mudanças na tua vida. Mudar hábitos, eliminar paradigmas, respirar novos ares, estabelecer novas regras de conduta e viver com intensidade aquilo que tem como verdade.

As chuvas, como as reflexões, as reflexões, como as chuvas, devem trazer limpeza. Limpeza do teu interior. Limpeza do teu ser. Diminuir o teu “eu” e engrandecer o “EU SOU”. Prepare-se para uma nova era, um novo momento segundo que foi escrito por ELE.

E as chuvas nesse grau de constância, intensidade e volume, cessarão antes da Lua Nova.

A FESTA DO PT VISTA POR QUEM FICOU DE FORA.


Quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013: este dia vai ficar marcado no calendário político pela festança do PT em São Paulo, para comemorar os 33 anos do partido e 10 de governo, e também por ter dado largada à corrida da sucessão presidencial.
No mesmo dia, o tucano Aécio Neves, que ainda não assumiu a sua candidatura, saiu das sombras e resolveu fazer um contraponto ao listar "os 13 fracassos dos governos do PT", sem dar nenhuma pista sobre quais são os projetos da oposição para o país.
Lula aproveitou para lançar Dilma à reeleição e a presidente fez o discurso que vai usar na campanha de 2014: "É um governo que não tem medo dos números porque eles estão a nosso favor. E lutaremos para que dentro de algum tempo não haja um só brasileiro miserável".
Neste primeiro dia de embate, o PT ganhou de lavada da oposição tucana, mais preocupada em fazer uma festa para a dissidente cubana Yoáni Sanchez.
Mostrando união total em torno de Dilma Rousseff, ao contrário de Aécio, que ainda não conseguiu conquistar o PSDB paulista, o PT foi ao ataque, depois de passar seis meses na defensiva, desde o ínico do julgamento do mensalão.
Quem deu o tom foi o ex-presidente Lula: "A resposta que o PT deve dar à oposição é dizer que eles podem se preparar, podem juntar quem eles quiserem e que, se eles quiserem e que, se eles têm dúvida, nós vamos dar como resposta a eles a reeleição da presidente Dilma em 2014".
Lula foi direto na resposta a um dos temas explorados no discurso de Aécio e que certamernte será usado na campanha, ao dizer que está disposto a discutir qualquer tema com a oposição, "inclusive corrupção".
"Existem duas formas de sujeira aparecer. Uma é você mostrar, a outra é esconder. E eu duvido que tenha na história do país um governo que criou mais instrumentos e mais transparência para combater a corrupção do que o nosso governo. Eles (tucanos) nunca ligaram para transparência".
Mais do que nos discursos inflamados, a grande diferença entre os candidatos do PT e do PSDB neste primeiro dia de campanha estava nos apoios partidários.
Enquanto no palco do PT, armado no auditório de um hotel junto ao Anhembi, estavam os presidentes dos dez partidos que apoiaram a eleição de Dilma em 2010, mais o PSD de Gilbeto Kassab, na tribuna do Senado, em Brasília, Aécio contou apenas com o apoio alguns senadores do seu próprio partido.
Foi assim que vi, pelo lado de fora, a grande festa do partido que nasceu nas lutas sindicais comandadas por Lula no ABC paulista e cuja trajetória acompanhei até o PT chegar ao poder central em 2003 e em Horizontina em 2013.
Muita gente me perguntou  por que eu não fui à festa. Por uma razão muito simples, expliquei aos amigos: porque não fui convidado. É muito chato na minha idade entrar de penetra numa festa.
Vida que segue.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

AOS QUE PASSAM POR MAUS MOMENTOS - LUZ.


E no início tudo eram trevas...

O que seria da luz se não fosse a escuridão? Tudo se inicia assim: só há luz quando há escuridão.

Todos nós passamos pela escuridão para nos chegarmos e sermos a verdadeira luz. Momentos de incredulidade, de incerteza, de medos. Experimentos não muito agradáveis e experiências entristecedoras que queremos esquecer. Assim se faz o início de nossa caminhada...

Por que tem de doer tanto? Por que tem de ser assim? Por que comigo, meu DEUS?

Tais questionamentos são parte integrante de fases "non gratas" em nossas vidas. Mas, caso contrário, onde estaria o milagre? Onde ficaria a marca da verdadeira transformação? Onde daríamos o verdadeiro valor àquilo que recebemos?

Não que isso seja uma regra, mas é só passando por uma experiência aterradora, ou umas experiências, é que mostramos nossa verdadeira essência, nossa verdadeira fé, nosso verdadeiro amor, nosso real desejo, nossa força. Alguns não conseguem entender isso e se afundam ainda mais nessa areia movediça. Se perdem na escuridão e ainda outros, buscam levar alguns por companhia.

Mantenha o foco. Não te deixes desencaminhar. Olhe para o amanhecer, pois o salmista já dizia: O choro pode durar uma noite toda, mas a alegria  vem ao amanhecer!

Fortaleça-te nas tempestades, firma-te nos tempos difíceis, agarra-te ao TODO-PODEROSO nas horas de oscilação.

Precisamos das trevas para que nos façamos luz.

Seja um sol na vida de muitos!

AQUI MANDA O POVO EQUATORIANO.


Na festa da vitória em Quito, com uma multidão comemorando na Plaza Grande, em frente ao Palácio do Governo, o vitorioso Rafael Correa foi à forra: "Aqui já não mandam mais os países poderosos, os meios de comunicação. Aqui manda o povo equatoriano".
Lá como cá, a situação é bem semelhante, como o presidente reeleito fez questão de destacar em seu discurso, antecipando uma prioridade do novo mandato.
"A imprensa mercantilista, ligada a grandes grupos de interesse, que se dedicou a conspirar, é uma das grandes derrotadas desta eleição.Queremos uma verdadeira comunicação social, e não ser manipulados por meia dúzia de famílias. Vamos lutar agora, com a maioria do Congresso Nacional, por uma lei de comunicação que permita uma imprensa mais decente no Equador".
Vamos ver em quem os porta-vozes da nossa grande imprensa vão apostar nas eleições no Vaticano para escolher o sucessor de Bento 16, um dos seus gurus.
Qualquer um que ganhar, eles poderão se considerar vitoriosos. Afinal, ao contrário do que acontece na América Latina _ onde, por sinal,vive quase a metade dos católicos do mundo _ no conclave formam maioria absolutíssima os cardeais conservadores, todos eles nomeados por Bento 16 e João Paulo 2º.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O PROBLEMA SURGIU COM O CACHORRO.


Rosa e Augusto conheceram-se na universidade. Foi amor à primeira vista. Alguns meses depois foram viver juntos, num elegante bairro da capital
. A cumplicidade, a ternura, o encantamento, o amor, os projetos para o futuro plenificaram os primeiros anos. Depois vieram os filhos e com eles um novo momento. Porém, aos poucos chegou o tédio, a mesmice, a rotina e as pequenas e grandes traições. O “amor eterno” durou onze anos e a separação foi inevitável.
Eles decidiram que a separação seria civilizada. A partilha dos bens não ofereceu dificuldade. Possuíam dois automóveis, uma casa de praia, um apartamento , caderneta de poupança, ações... O apartamento onde moravam ficou com ela, pois as crianças eram pequenas - cinco e sete anos. Houve acerto na pensão e nos fins de semana alternados com os filhos.

O problema surgiu com o cachorro. Quem ficaria com o Átila? Apesar do nome, Átila era muito dócil e afetivo. Não houve acerto. A possibilidade de uma semana para cada um foi rejeitada: o animal poderia ficar traumatizado. O juiz, agora, deverá dar a sentença.
Vivemos uma época em que o respeito pelo ser humano está diminuindo e o respeito pelo animal está aumentando. O mercado brasileiro de animais movimenta 15 bilhões de reais por ano. É o segundo mercado internacional, só perdendo para os Estados Unidos.
Na Bíblia os animais aparecem seguidamente. Em sua primeira página, fala que, no quinto dia, Deus criou peixes, aves e animais. No dilúvio, Noé abrigou na Arca um casal de cada espécie, uma jumenta deu lições ao profeta Balaão, um peixe engoliu Jonas...
São Francisco é considerado o padroeiro dos animais. Ele extasiava-se diante da Criação e por isso chamava de irmãs todas as criaturas. No dia a dia, os animais são companheiros inseparáveis da infância. Dom Bosco dizia: nunca será má uma criança que cresceu cercada de animais.
Mesmo assim, tudo tem seu limite. Os animais não devem ser maltratados, mas é ridícula a atitude daquele ou daquela que chama um cachorro de meu filho, minha filhinha... Deus e o bom senso querem que cuidemos de toda a Criação. Somos inquilinos na Terra e precisamos cuidar da cadeia da vida. No entanto, Ele, no Dia da Verdade, quererá saber como cuidamos do próximo, dos irmãos e irmãs. Cuidar dos animais é deixá-los no seu lugar.
A Bíblia diz que Deus criou tudo do nada, mas quando chegou a vez da criatura humana, como um cuidadoso oleiro, moldou com barro o primeiro homem, Adão e, depois, soprou sobre ele. Este sopro é o beijo de Deus na criatura humana. E um dia, em Jesus Cristo, Deus se fez homem para salvar a humanidade. E os anjos anunciaram: Paz na Terra aos homens que Ele ama 

UMA LIÇÃO DE COMO MATAR O SEU FILHO.

Muito além do peso, documentário de Estela Renner e produção de Marcos Nisti, é obrigatório ser visto em escolas e famílias. Jamais tive conhecimento de um filme tão pedagógico quanto à alimentação infantil. 
Nossas crianças estão sendo silenciosamente envenenadas por ingerirem bebidas e comidas nocivas. Todas amplamente anunciadas na TV e na internet, de modo a criar hábitos perenes de consumo.
Embora a legislação de muitos países já proíba publicidade de alimentos prejudiciais à saúde das crianças, como são os casos do Chile, da França e do Reino Unido, o governo brasileiro teima em ficar submisso à pressão das empresas produtoras. Reluta em assegurar qualidade de vida à nossa população. Enquanto a Vigilância Sanitária libera, o Ministério da Saúde arca com os bilhões de reais gastos em doenças evitáveis. Pesquisas indicam que produtos expostos à publicidade chegam a ter suas vendas elevadas em 134%.
No Brasil, 30% das crianças apresentam sobrepeso e 15% delas já são obesas. Cresce de modo alarmante a incidência de obesidade infantil, colesterol alto, distúrbios glandulares, diabetes tipo 2, cânceres, sem que se consiga dar um basta à indústria do envenenamento saboroso. 
Há escolas que, inclusive, abrem suas portas aos atrativos de redes de lanchonetes, sem consciência de que a qualidade do alimento oferecido equivale a deixar entrar um assassino portando armas. A diferença é que o alimento nocivo mata lentamente e causa maior e mais longo sofrimento.
Estes dados falam por si: uma embalagem de 300g de sucrilhos contém 120g de açúcar. Ou seja, 40% do produto é puro açúcar. Uma garrafa de 1 litro de bebida láctea contém 165g de açúcar. É como ingerir um copo americano repleto de açúcar. 
Uma lata de 350ml de refrigerante cor da roupa do Papai Noel contém 37g de açúcar, o que equivale a 7 saquinhos de açúcar, desses oferecidos nos bares para adoçar o cafezinho. Se a criança toma uma lata por dia, em uma semana serão 259g de açúcar. Em um mês, pouco mais de 1kg de açúcar.
O brasileiro consome 51kg de açúcar por ano. São mais de 4kg por pessoa a cada mês. No mundo, 35 milhões de pessoas morrem por ano devido ao consumo excessivo de açúcar.
Um pacote de 200g de batatas fritas contém 77g de gordura. Ou seja, 38,5% do produto são pura gordura. É como ingerir meio copo americano de óleo para frituras. 
Um pacote de 154g de bolachas contém 30g de gordura e 50g de açúcar. Ou seja, 50% do produto são de substâncias prejudiciais à saúde. 
Um tubo de biscoito recheado contém 30g de gordura e 50g de açúcar, o que equivale ao consumo de 8 pãezinhos franceses. Uma caixa de 200ml de achocolatado e um pacote de 400g de vitamina instantânea contêm, cada um, 29g de açúcar. O que equivale a 6 saquinhos de açúcar. 
Uma garrafa de 2 litros de suco de uva contém 270g de açúcar (equivalente a ingerir 1 copo e ½ de açúcar) e apenas 10% de sumo de uva. A caixa de 1 litro do mesmo suco contém 145g de açúcar, equivalente a um copo repleto de açúcar. 
Um pacote de 35g de suco em pó contém 28g de açúcar e 1% de fruta. Ou seja, 80% do produto são puro açúcar. 
Nas embalagens quase nunca aparece a palavra “açúcar”. É substituída por carboidrato. 
Há crianças que consomem, por dia, 250 calorias em produtos açucarados. Basta ingerir 100 calorias para engordar 4 quilos por ano. E é bom lembrar que, hoje em dia, as crianças são mais sedentárias, pulam e brincam menos, o que favorece a engorda.
Nossas escolas ensinam quase tudo, menos educação nutricional. Ninguém recorre todos os dias a seus conhecimentos de história ou química, faz operações algébricas ou fala em idioma estrangeiro. No entanto, todos nós comemos várias vezes ao dia. E, em geral, o fazemos sem critério e noção de como o organismo reage aos alimentos, e em que medida são benéficos ou prejudiciais à saúde.
A 18 de dezembro, a Assembleia Legislativa de SP aprovou dois importantes projetos de lei: proibir a venda de lanches associados a oferta de brindes ou brinquedos, e a publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis (pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gorduras saturadas ou sódio) em TVs e rádios das 6h às 21h, e em qualquer horário nas escolas públicas e particulares. Espera-se que o governador Geraldo Alckmin sancione os dois projetos pioneiros para o combate à obesidade infantil no Brasil.

QUEM É O VERDADEIRA HERÓI?

Dialogar, aproximar, integrar são verbos bonitos de se pronunciar que rimam muito bem, mas para rimar com verbo amar precisam de muita renúncia, muita compreensão, muito perdão. 
O que aconteceu no pós-guerra na Alemanha, nos países comunistas, nos países autoproclamados democráticos, mas com um gigantesco apparteid, as mortes causadas por intolerância contra a outra raça, a outra cor, a outra etnia, a outra língua, a outra corrente política, a outra religião, mostram como é difícil aproximar, dialogar e integrar.
Décadas depois da guerra, a Alemanha dividida não consegue integrar-se plenamente, nem o Vietnã, nem as Coreias, nem Israel, nem os palestinos. É que separar é quase sempre mais rápido; entrar em guerra é questão de meses, mas aproximar é questão de anos porque houve mortes, feridas, ódio, lições de ódio. Tudo isso não desaparece da noite para o dia.
São três verbos dificílimos de viver! Aproximar-se do diferente e aceitá-lo mesmo sem concordar com ele. Dialogar com o diferente mesmo sem concordar com ele. Integrar o diferente mesmo sem aceitá-lo.
O mundo parece nunca ter descoberto o equilíbrio e a moderação. Foi sempre elogiado como herói quem sempre derrotou, esmagou e destruiu. Deveria ser chamado de herói quem dialogou, aproximou, integrou. Os santos são os verdadeiros heróis porque eles aproximam, tentam integrar, perdoam e ensinam a perdoar. Talvez tenhamos que rever nossos conceitos de herói.
Herói é quem vai à luta, mata, cospe e esmaga ou aquele que consegue criar a paz, bom senso e diálogo? Herói é quem derrama sangue ou quem impede o derramamento de sangue? Quem sabe um dia descubramos o verdadeiro sentido do heroísmo! Talvez o heroísmo esteja no diálogo!

HUMILDADE... QUAL É A SUA SERVENTIA?

A humildade é uma virtude incontestável, que anda meio esquecida, mas se faz sempre mais necessária. O cristianismo fez dela uma das mais importantes virtudes, condição mesma para viver sua proposta. Pois para reconhecer a majestade e a infinitude de Deus e reconhecer-se criatura finita, pobre e limitada, é preciso ser humilde, ou seja, ter noção exata da própria envergadura e dos próprios condicionamentos.
Apesar de o Cristianismo raramente ter sido considerado uma religião humilde, quase sempre associado à arrogância religiosa e ao triunfalismo, e com uma confiança absoluta na verdade superior de seus próprios ensinamentos, a virtude da humildade desempenhou papel central na tradição cristã desde suas origens. Santo Antão a ela se refere como “a primeira de todas as virtudes” e, para Santo Agostinho, consiste na “soma total do remédio que nos cura”. Dentro da tradição monástica do Ocidente, o caminho de subida para Deus foi desenvolvido em termos de doze degraus de humildade.
Mesmo em tempos em que a importância da humildade possa ter parecido ser virtualmente eclipsada pelo triunfalismo e o poder eclesiástico, continuou a encontrar seu lugar central e inequívoco na obra de grandes teólogos. 
Realmente, o que vem a humildade, com seu conteúdo de verdade e modéstia, de simplicidade e verdade, fazer num mundo que canoniza o poder, que vive de aparências, supervaloriza o ter em detrimento do ser e constrói a cada minuto ídolos e fetiches que o possam guindar sempre mais alto nas escalas social e profissional, à frente, nunca atrás, ainda que seja usando os outros para conseguir seu intento?
Uma pessoa humilde é malvista em nossa sociedade. Dela diz-se que não tem ambição nem garra, é fraca de personalidade, que não sabe se impor. Mais: é tida como boba, idiota, que não sabe aproveitar as oportunidades e chances que a vida lhe dá e se deixa ultrapassar pelos outros. Não se apega às conquistas conseguidas, não se agarra ao prestígio e ao poder dela emanados, mas deles se afasta, deixando o caminho livre para os adversários e concorrentes.

HOJE VAMOS FALAR DA BAGAGEM DA NOSSA VIAGEM


Tende a aumentar sempre mais a mobilidade das pessoas que se põem a caminho, movidas pelos mais diferentes motivos. Às vezes é uma semana pesada do corre-corre de uma grande cidade que reclama uma saída ao litoral; às vezes são os negócios que obrigam viagens próximas ou distantes, de mais dias, menos dias. Enfim, a bagagem de nosso caminho é sempre necessária para o mínimo de conforto. Faz parte de nosso mundo pessoal ou familiar. Não podemos ignorar as necessidades primárias de nosso vestir, de nossa higiene pessoal e de nossa proteção.
Esquecer a bagagem ou perdê-la no caminho é sempre um desconforto e uma preocupação. A sensação de quem desce de um voo e não encontra mais sua bagagem é parecida com a de quem se vê sem chão sob os pés. Mesmo que se tenha toda a possibilidade de resgatá-la, assim mesmo o fato nos deixa mal.
A bagagem de nosso caminho, para alguns, é pouca e simples, mesmo que a viagem seja longa e por muito tempo. Para outros, é enorme e complicada, mesmo que a viagem seja breve e por pouco tempo. Há bagagens de todos os jeitos, que revelam a mentalidade dos peregrinos. Conheci um intelectual que vivia lendo livros e não saia sem levar sua minibiblioteca na bagagem. A obsessão por livros era tanta que, facilmente, esquecia as roupas, calçados e material de higiene.
Um fato real me foi narrado por um destes viajantes que, antes de partir, entulhava seu carro de tudo o que era possível, incluindo na bagagem o seu cachorro de estimação. Num entardecer de neblina, indo para um lugar de descanso, perdeu o rumo e desceu ladeira abaixo, demolindo tudo e causando a morte do seu cachorro. Alguém viu o acidente e foi ao encontro para socorrê-lo. Lá estava o acidentado gritando: “Perdi meu cachorro! Perdi meu cachorro! Não sobrou mais nada!” O desconhecido que o socorria perguntou: “Estás vivo? Estás bem?” O infortunado respondeu: “Sim! Mas perdi tudo!”
Passado o susto da ocorrência, o carro foi guinchado, levado a uma oficina e o viajante foi socorrido e voltou para casa. Quando serenou o tumulto interior, deu-se conta de que não basta levar muita bagagem para o caminho, nem cachorros de estimação. É preciso arrumar outra bagagem no caminho da vida, que dê segurança e garantia na viagem da existência, com a qual podemos chegar e nos apresentar diante de Deus, sem perdê-la, nem depreciá-la. De um acidente, acordou para a busca de uma sincera espiritualidade.
Para arrumar bem a bagagem de nosso caminho é fundamental acolher a sugestão de Jesus Cristo: “Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. Pois, onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.
A bagagem da vida não é guardada em malas, nem carregada em carros, nem mesmo na mochila dos ombros. É a bagagem de uma vida rica de sentido, de um coração impregnado de valores humanos e cristãos.

QUANTA GORDURA PODEMOS COMER?

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) concluiu a mais ampla cartilha já feita sobre a associação entre o consumo de gorduras e as doenças cardiovasculares. A I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular teve como base a análise de uma centena de estudos nacionais e internacionais publicados nos últimos 20 anos. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença cardiovascular é a principal causa de morte no mundo, perfazendo 30% das mortes globais. A base para a prevenção tem sido, nas últimas décadas, o controle rigoroso dos fatores de risco, como pressão arterial e redução dos níveis de colesterol (LDL). 
Muitos fatores podem contribuir para o aumento do colesterol, como tendências genéticas ou hereditárias, obesidade e atividade física reduzida. No entanto, um dos fatores mais comuns é a dieta, alerta a SBC. 
“Por muito tempo, a redução das gorduras da alimentação tem sido recomendada como parte de uma vida saudável, entretanto, é fundamental ter conhecimento sobre a qualidade e quantidade das gorduras a serem utilizadas para se elaborar um plano alimentar equilibrado, prazeroso e, especialmente, saudável ao coração”, comenta Roberta Lara Cassani, membro do núcleo de Nutrição e Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Segundo ela, as gorduras podem ser ótimas aliadas para quem luta contra as altas taxas de colesterol, basta saber por quais tipos optar. As saturadas, junto com as gorduras trans, são as mais prejudiciais à saúde do coração, estando classicamente relacionadas à elevação do LDL- colesterol. As primeiras estão presentes em alimentos de origem animal, como carnes, ovos, leite, manteiga, além de óleo de coco e chocolate. As trans estão nos produtos industrializados, como margarinas, sorvetes, biscoitos. Ambas devem ser consumidas em pequena quantidade. O estudo recomenda para adultos o consumo de quantidades menores que 10% do valor energético total da dieta em ácidos graxos saturados para a redução do LDL-colesterol.
Já as gorduras insaturadas não favorecem o aparecimento de doenças cardiovasculares e podem ser divididas em monoinsaturadas, cujas maiores fontes são o azeite de oliva e o abacate, e poli-insaturadas, como o Ômega-3, presente nos peixes de água fria, e o Ômega-6, encontrado nos óleos de canola e soja. A substituição de gordura saturada da dieta por mono e poli-insaturada é considerada pela SBC uma estratégia para o melhor controle da elevação do colesterol e consequente redução do risco de problema cardiovascular. 
Para uma adulto, a recomendação é de que no máximo 35% da sua ingestão diária de calorias sejam provenientes das gorduras. O consumo das gorduras saturadas não deve ultrapassar 10% dessa ingestão calórica, conforme orientação da SBC.

A DENGUE DA SINAL DE VIDA.

No fim do verão, a dengue começa a chamar atenção no Rio Grande do Sul. Porto Alegre registrou há poucos dias o primeiro caso autóctone da doença no Estado. “Não temos situação de epidemia, apenas um caso confirmado até o momento. A nossa expectativa, igual ao que ocorreu nos outros anos, é intensificar o combate ao mosquito vetor da doença, e para isso precisamos contar com a ajuda da população”, afirmou o secretário da Saúde de Porto Alegre, Carlos Henrique Casartelli, em entrevista coletiva.
Até 6 de fevereiro, haviam sido confirmados 15 casos de dengue no RS. Em Caxias do Sul, na Serra gaúcha, há dois casos suspeitos da doença. Se o Laboratório Central do Estado (Lacen) confirmá-los, serão os primeiros casos autóctones, já que os pacientes teriam contraído o vírus sem ter saído da cidade. Até então Caxias do Sul tinha apenas um caso de dengue, cuja pessoa contraiu o vírus durante viagem à região Centro-Oeste. 
Os principais sintomas da doença são febre alta, manchas vermelhas no corpo, náuseas, vômitos, dor de cabeça e dores musculares e articulares. Quem apresentar esses sinais, deve procurar atendimento médico. Para evitar a transmissão da doença, é preciso combater os focos de reprodução do mosquito transmissor (Aedes aegypti). A recomendação é evitar o acúmulo de água parada em potes, vasos, pneus, garrafas, calhas e reservatórios sem tampa, locais onde as larvas do mosquito se desenvolvem com facilidade. 

QUANTO MENOS, MELHOR.


Médicos aconselham reduzir consumo de sódio e aumentar o de potássio
 Uma pitada a menos de sal e uma a mais de potássio. Essas são as novas orientações da Organização Mundial da Saúde para reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Agora, o limite máximo de consumo é menos de dois gramas de sódio, ou menos de cinco gramas de sal, por dia, o equivalente a menos de uma colher de chá rasa. Até então, a orientação era de dois gramas de sódio diários. A principal novidade é a recomendação mínima de potássio: 3,51 gramas por dia.
Segundo a OMS, esses poucos miligramas a menos de sal, diariamente, são significativos para a manutenção da saúde. As diretrizes também se aplicam a crianças com 
mais de dois anos.
“Uma pessoa com níveis elevados de sódio ou baixos de potássio pode desenvolver pressão alta, aumentado o risco de doenças cardíacas e derrames, principais causas de morte e incapacidade no mundo”, segundo o diretor do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento da OMS, doutor Francesco Branca.
O sódio, encontrado naturalmente nos alimentos, está presente "em quantidades bem maiores nos produtos processados", como pão, refrigerantes, salgadinhos, massas instantâneas, sopas, condimentos e até doces, disse a OMS. Já o potássio é encontrado em alimentos como feijão, legumes e frutas como banana, laranja e mamão. O processamento reduz a quantidade de potássio em muitos produtos alimentares. 

NÓS CIDADÃOS TEMOS OBRIGAÇÃO DE CONTROLAR AS CONTAS PÚBLICAS

A melhor aplicação dos recursos públicos preocupa e desafia a sociedade. Trata-se de um dos mais sérios problemas, em escala mundial, mormente quando lembramos tantas carências de recursos para a saúde, educação, segurança pública, emprego, moradia, infraestrutura em geral. Quantos desses problemas poderiam ser resolvidos ou ao menos reduzidos consideravelmente.
O presidente da China, Hu Jintau, na abertura do 18º Congresso do Partido Comunista Chinês, disse “que a corrupção pode ser fatal para o país”. Tal afirmação, de um líder de um regime autoritário, faz pensar sobre o desafio que vivem as nações do mundo todo. Aqui destaque-se declaração de Dilma Rousseff, publicada no jornal Le Monde, dizendo que: “Não tolero corrupção”. Acrescentando que “todos os que usam recursos públicos devem prestar contas, caso contrário, a corrupção se espalha”.
Por isso, muito me anima, a despeito dos altos índices de corrupção apurados no país, o desdobramento em fase final, no âmbito dos Tribunais de Contas de todo Brasil, do Programa de Aprimoramento no combate à Corrupção, denominado Promoex (Programa de Modernização do Controle Externo), promovido pela Atricon (Associação Nacional dos Membros dos Tribunais de Contas) com o apoio do governo federal, e do BID, que financia e acompanha sua melhor execução. Tal programa busca igualmente, além de maior transparência das contas públicas, estimular a participação da sociedade, de cada cidadão no controle das contas públicas, pois, afinal, de cada cidadão se originam os impostos arrecadados.

A MORTANDADE NO TRANSITO TEM QUE ACABAR


O fato de 40 mil pessoas morrerem em acidentes de trânsito por ano no Brasil deveria ser mais do que suficiente para se buscar uma solução urgente. São mais de 100 mortes em média por dia, uma tragédia permanente que não para de disseminar sofrimento. E como, comprovadamente, muitos desses acidentes são provocados pela associação de álcool e volante, nada mais lógico, coerente e responsável que se elimine um deles.
A nova Lei Seca, regulamentada no mês passado, veio com mais rigor, atingindo o bolso e até a liberdade de motoristas que não a respeitarem, na medida em que, dependendo do volume de álcool detectado, o infrator pode ser preso por até três anos. Esse endurecimento parece forte demais, até questionável quando relacionado com uma sociedade que vive sendo bombardeada pela publicidade de bebida alcoólica. Pode parecer inclusive injusto pela absoluta falta de tolerância; mas é necessário.
A legislação não vai eliminar todos os motoristas inconsequentes, nem cessarão as mortes no asfalto. Mas a fiscalização, se executada com eficácia, diminuirá o número de vítimas – o que, em muitas cidades, já está sendo registrado. E cada vida poupada significa uma importante conquista.
É preciso ter sempre em consideração, porém, que por mais enérgica e abrangente que seja uma lei, ela só surtirá o efeito esperado se for plenamente cumprida. Para isso é imprescindível uma estrutura para vigiar e, tão relevante quanto isso, que não haja sequer risco de impunidade. Esses são passos primários para mudanças que demandam tempo. Se a pessoa se conscientizar que não deve ingerir bebida alcoólica antes de dirigir, o que o bom senso indica como posição óbvia, policiais podem se dedicar mais, por exemplo, ao combate a assassinos, assaltantes, traficantes - criminosos que têm aumentado cada vez mais os níveis de insegurança no país. Não seria uma troca duplamente benéfica para a sociedade?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A MORTE.


Oposto da vida ou continuação dela?
Não importa. A morte causa dor, momentos de incompreensão, ternas ou perturbadoras lembranças, reflexão.
Morte é um corte, é um rompimento, morte é o desligamento mais bruto, profundo, traumático. Para quem fica.
Por que ele(a)? Por que assim? Por que tão de repente? Por que não diferente? Infinitas e seguidas são as perguntas que acompanham tal fato.
Alguns ainda arriscam a dizer que sofrer pela morte de alguém é uma demonstração de fragilidade e de falta de fé. Que erro! O momento de pranto é uma demonstração de sentimento de amor, de compaixão. O momento de pranto traz uma profunda viagem interior, provocando avaliações que poderão ser muito oportunas. O momento do pranto é um ato de não aceite à dor. E o que há de errado nisso?
Só não podemos permitir que isso invada nossa mente e nosso coração, provocando sentimentos ruins, não divinos.
A morte carnal é uma conseqüência natural de nosso ciclo de vida humano. Alguns, passando por todo o processo de envelhecimento. Outros, mais precocemente. Mas, esse é o fim de nosso ciclo carnal.
Não cabe aqui estender ao que há depois, pois cada religião tem uma explicação e dá-nos um destino: ressurreição celestial, ressurreição terrestre, reencarnação, mutações energéticas, etc. O fato é no que todas concordam: morte não é o fim. É o meio.
Que dentro do teu coração a paz se faça, o amor se eleve e o apego ao ALTÍSSIMO se exceda para que tal momento de separação seja melhor absorvido. E que o pensamento seja em tornar a tua vida algo a ser espelhado por futuras gerações. Deixar um legado. Distribuir amor. Fazer o bem.

UM TERROR CHAMADO DRONES

Enterro de civis muçulmanos alcançados pelos drones

Um antigo diretor da CIA afirmou que a estratégia de usar drones é “perigosamente sedutora”, porque o custo é pequeno, não implica em baixas no exército e tem um aspecto de resistência. “Ela é útil para o mercado interno”, ele disse, “e é impopular em outros países. Qualquer dano no interesse nacional só aparece a longo prazo”.
Mas um artigo publicado no Washington Post mostra que o dano não é a longo prazo, e sim imediato. Após entrevistar mais de vinte líderes tribais, parentes de vítimas, ativistas de direitos humanos e oficiais de Iêmen do sul, o jornalista Sudarsan Raghavan concluiu que os ataques estão radicalizando a população local e aumentando a simpatia pela al-Qaeda e por seus militantes. “Os drones estão matando os líderes da al-Qaeda”, disse Mohammed al-Ahmadi, coordenador de um grupo local de direito humanos, “mas também estão os transformando em heróis”.
Até mesmo o artigo do New York Times reconhece que o Paquistão e o Iémen estão menos estáveis e mais hostis aos Estados Unidos desde que Obama se tornou o presidente e desde que os drones se tornaram um petulante símbolo do poder americano atropelando a soberania nacional e assassinando inocentes.
Shahzad Akbar, um advogado paquistanês que está processando a CIA a favor das vítimas dos drones, diz que já é hora de o povo americano se pronunciar. “Você pode confiar em um programa que existe há oito anos, escolhe seus alvos em segredo, não enfrenta qualquer responsabilidade e que matou, apenas no Paquistão, quase três mil pessoas cuja identidade é desconhecidas pelos seus assassinos?”, ele pergunta. “Quando as mulheres e crianças do Paquistão são mortas com mísseis, os paquistaneses acreditam que é isso que o povo americano quer. Eu gostaria de perguntar para os americanos, ‘é isso?’”

VATICANO:" MUDAR PARA TUDO CONTINUAR IGUAL"


Com a renúncia do Papa, é provável que se jogue com a carta de ‘Il Gattopardo’, de Lampedusa, "mudar para tudo continuar igual", mas para isso, os recursos da inteligência publicitária da Igreja podem contar com novidades, como o primeiro papa não europeu da história, o que não deixará de manifestar mais uma vez um dos sintomas maiores da crise global do catolicismo, a sua condição essencialmente branca e ocidental. 

Um papa negro ou latino-americano não conseguirá alterar esse fato: a Ásia e a África permanecem imunes à religião imperial que o sistema de Estados europeu trouxe em sua colonização global.

A participação do Vaticano nos interesses globais do capitalismo também não deve deixar a Igreja imune à onda de revolta anticapitalista que cresce especialmente nas duas margens do Mediterrâneo.

A recente aprovação pela Câmara Baixa do Parlamento francês da união matrimonial homossexual é só mais um sintoma de que os interesses patriarcais, misóginos e machistas do clero também estão a perder lugar na definição da ordem legal e do quadro dos direitos civis do século XXI.

A última monarquia absolutista europeia, o Vaticano, sofre no gesto de renúncia daquele que foi consagrado como o "vigário de Cristo", ou seja, o seu substituto, uma derrota simbólica profunda, pois demonstra falta de coragem e obstinação em carregar uma cruz até o final. A convivência de um novo papa com o ex-papa também esvazia a mística monárquica individual desse vicariato místico, dividindo em dois o corpo do substituto de Cristo na Terra.

PULANDO CERCA


A informação divulgada hoje pelo jornal "O Globo" dão conta de que o governador pernambucano Eduardo Campos comunicará ao ex-presidente Lula, num próximo encontro que os dois estão agendando, sua decisão de não aceitar a vaga de vice de Dilma e de concorrer ele próprio à Presidência da República em 2014.
Caso se confirme esta posição de Campos, o que levaria o PSB a deixar a base aliada da presidente, muda bastante o cenário da sucessão presidencial. Enquanto o tucano Aécio Neves faz de conta que a corrida sucessória não é com ele e Marina Silva corre atrás de um partido para chamar de seu, mais do que nunca Dilma precisará do PMDB, além de ter que segurar os partidos menores em sua base aliada.
Por isso mesmo,ela tem dedicado parte do seu tempo a conversar com líderes partidários, do PR ao PDT, como começou a fazer antes do Carnaval, e deverá intensificar durante a Quaresma. A grande dificuldade de Eduardo Campos será exatamente encontrar aliados capazes de montar palanques fortes que carreguem seu sonho presidencial para além do Nordeste.
Como sempre, a fidelidade ou a pulada de cerca dependerão dos números da economia. E é no ano que começa na próxima semana que se decidirá quem ficará com quem na sucessão presidencial.  Todos sabem disso.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

CARDEAL PETER TURKSON - UMA ESCOLHA INTERESSANTE.


Turkson
Peter Turkson.O cardeal Peter Turkson, de Gana, seria uma escolha muito interessante
Este o nome do favorito das bolsas de apostas para a sucessão de Bento 16.
Turkson, 64 anos, africano de Gana, seria a melhor escolha, aparentemente.
Não por ser o primeiro papa negro, embora isso possa, é claro, ter valor simbólico. Mas pela causa que mais está associada a ele: a justiça social.
Turkson, responsável pelo departamento de Justiça e Paz do Vaticano, foi o cardeal por trás de um documento no qual a Igreja Católica criticou fortemente o modelo econômico e social que conduziu o mundo à iniquidade extrema que se verifica hoje.
No documento, de 2011, o Vaticano clama por ações concretas em busca de paz e segurança, desarmamento e controle de armas, promoção dos direitos humanos fundamentais e preservação do meio ambiente.
O documento sublinha também “uma distribuição justa da riqueza mundial”.
A agenda não poderia ser mais adequada, e mais difícil por mexer com tantos interesses poderosos.
Bento 16, que aprovou o documento, não teria evidentemente forças, aos 83 anos, para transformá-lo em ações concretas.
O cardeal Turkson parece ter o vigor de um atleta, e para os padrões papais é um jovem.
Tem, acima de tudo, a visão certa. Nada é mais importante no mundo moderno que desfazer a vergonhosa desigualdade que dividiu a humanidade entre o 1% e os 99%.
Este Blog torce por ele.

A RENÚNCIA DO PAPA


Chega-me aos olhos a notícia de que o Papa Bento XVI prometeu renunciar. Alguns dirão que é uma benção – perdoe-me o trocadilho, leitor – por seu conservadorismo mais radical e por sua biografia, a qual, justa ou injustamente, flerta até com o nazismo.
Aliás, por desimportante que seja, alguns cogitam que o “pedido de demissão” papal tem a ver com escândalos financeiros no Vaticano…
Dou a esse fato (a renúncia) a importância, por exemplo, de renúncia do presidente do Corinthians ou de alguma escola de samba.  Ou seja: importância zero, a não ser para os torcedores de times de futebol, de escolas de samba ou de religiões.
Não que tenha perdido a fé – acredito, sim, em Deus.
Apenas decidi que não preciso de intermediários para me relacionar com Ele, pois os que se propõem a intermediar a relação dos “rebanhos” com o Criador são tão falíveis quanto eu ou você, como vem ficando sobejamente comprovado em inúmeros escândalos sexuais ou de corrupção que atingem padres, pastores, bispos etc. o tempo todo.
Na verdade, sou hoje um crítico feroz das “igrejas” e do proselitismo religioso. Isso porque todos os países atolados em fanatismo religioso – cristão, muçulmano ou de que natureza for – são os mais miseráveis do planeta, enquanto que as sociedades laicas são as mais prósperas.
Nesse aspecto, apesar da picaretagem mais escancarada dos pastores evangélicos, ao menos eles não edulcoram a pobreza como faz a igreja católica, cujo objetivo sempre foi o de fazer os povos se conformar com a carestia com o objetivo nefasto de mantê-los submissos à injustiça social, já que religião, política e dinheiro público sempre andaram de mãos dadas.
Pior do que isso, a superpopulação e os dramas sociais que encerra são de responsabilidade exclusiva das religiões. Se não me engano, foi esse Papa que sai que recomendou aos rebanhos católicos que não usassem camisinha, no âmbito do dogma cretino que prega que sexo só serve para procriar.
O massacre de homossexuais em cada quadrante da Terra, aliás, é fortemente estimulado pelas religiões mais difundidas, ainda que estas, caras-de-pau, neguem. Afinal, a desculpa dos homofóbicos violentos para fazerem o que fazem se baseia, sobretudo, em dogmas religiosos.
Por fim, nem todo católico, evangélico ou seja lá o que for é canalha, insensível, arrogante, avarento e preconceituoso, mas as piores pessoas que conheci ao longo da vida, em maioria, foram os comedores de vela – termo que, explico, não vale só para o catolicismo.
Os piores assassinos e torturadores da ditadura militar saíam das missas diretamente para os porões em que cometiam os crimes mais hediondos contra a humanidade.
Muitos acreditam em que a religião torna as pessoas melhores. Essa é mais uma entre tantas falácias sociais e filosóficas que se abatem sobre a humanidade e que não encontram respaldo em estudo sério algum.
Nem a fé, que dispensa religião, torna alguém melhor. Essa teoria de que quem tem crença espiritual é mais humano, mais generoso, é bobagem. Baseia-se em que o indivíduo seria forçado pela fé a ser “bom” por temer ir para o “inferno” quando morrer.
Então, é claro, não se trata de a pessoa que tem fé ser “melhor”, mas de ser intimidada ou chantageada a sê-lo. Lembro-me muito bem de como saí da minha cerimônia de primeira comunhão, obrigando-me a não dizer palavrões por medo de “castigo” divino.
A renúncia do Papa, então, não é boa ou ruim. É um fato que só interessa aos torcedores de uma religião. Para a humanidade, porém, bom mesmo seria se aprendesse a se portar como tal por ser o certo e não por medo de um “inferno” que, aliás, fica aqui mesmo, na Terra.

BENTO XVI: CRISE E EXAUSTÃO CONSERVADORA



Dinheiro, poder, sabotagem. Corrupção, espionagem, escândalos sexuais.A presença ostensiva desses ingredientes de filme B no noticiário do Vaticano ganhou notável regularidade nos últimos tempos.A frequência e a intensidade anunciavam algo nem sempre inteligível ao mundo exterior: o acirramento da disputa sucessória de Bento XVI nos bastidores da Santa Sé. Desta vez, literalmente, a fumaça que anunciará o 'habemus papam' deve refletir o desfecho de uma fritura política de vida ou morte entre grupos radicais de direita na alta burocracia católica. Mais que razões de saúde, existiriam razões de Estado que teriam levado Bento XVI a anunciar a renúncia nesta 2ª feira: na prática, desistiu de um poder do qual já não dispunha -- e para o qual sua dimensão intelectual já não tinha mais utilidade. Ratzinger recebeu o Anel do Pescador em 2005, no apogeu do ciclo conservador de que foi uma estrela militante.Termina seu percurso deixando um catolicismo apequenado; um imenso poder autodestrutivo embutido no canibalismo das falanges adversárias dentro da direita católica. E uma legião de almas penadas a migrar de um catolicismo etéreo para outras profissões de fé não menos conservadoras Mas legitimadas em seu pragmatismo pela eutanásia da espiritualidade social que ele ajudou a consumar.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

VAMOS FALAR UM POUCO SOBRE MEDO...


Por que temos medo?
Medo possui uma característica ambígua. Ora nos protege quando estamos em meio ou à frente de um perigo real, ora nos afasta de conquistas pelo receio de tomarmos algumas ações: seja por uma experiência passada, seja por ainda não termos vivenciado a situação...Então, o medo é benéfico ou não?
Na maioria das vezes não. Embora ele seja um vital sinalizador que visa nosso bem estar físico, emocional e espiritual, constantemente ele se mostra desajustado.Um exemplo? Utilizemos mais de um:Quando crianças, dependendo do estilo de nossos pais conduzirem nossa criação, ouvimos muitas vezes um "não faça isso" "não faça aquilo" com base nos "medos" que carregavam consigo, seja por uma experiência pessoal deles, seja por um excesso de zelo, etc. Se demos a devida atenção às suas exortações, com certeza vimos, ao longo dos anos, colegas nossos fazerem, com habilidade, coisas que achávamos ser impossíveis ou "muito perigosas". Desde se equilibrar num muro a andar de bicicleta, andar de patins a brincar na chuva, empinar pipa a jogar bola ou simplesmente brincar na rua. Sobre este último item, use de sinceridade: quantas crianças atropeladas você já viu? Com certeza, mesmo que tenha visto, a porcentagem é mínima e não suficiente para associarmos que brincar na rua é muito perigoso. Agora, converse com quem brincava, ou lembre-se de quando brincava... certamente verá boas lembranças desta época...Seguindo os mesmos exemplo acima citados, podemos ter alimentado também medos por termos vistos algo ou alguém se machucar em cima de uma das situações acima. Por exemplo, ao termos visto um parente próximo ou um amigo se acidentar com sua bicicleta, podemos ter criado uma aversão à bicicleta, evitando-a. Entretanto, dificilmente analisamos o porquê do acidente, os motivos que conduziram para tal... Simplesmente associamos a bicicleta ao acidente. E não vemos se houve alguma imprudência, alguma falta de manutenção ou outro motivo para que o acidente viesse a ocorrer.
Os dois exemplos utilizados acima podem ser conduzidos e adaptados a diversas situações e a diversos setores de nossas vidas ao longo dos anos. Deixemos que sua reflexão interior permita maior abrangência.
Percebe então que o medo pode se mostrar um indicador ineficiente ou até desnecessário em vários momentos?
Isso mesmo. Se o medo, ou a sensação de, pode nos proteger, igualmente pode nos impedir de alcançar muitas experiências maravilhosas e inesquecíveis.Dose o teu medo. Se buscas a sabedoria, o entendimento, a perspicácia e tua evolução, por que não ousar? Por que não vencer alguns de seus medos e deixar-se levar? Verá que para muitas coisas, vale muito a pena...
Obviamente, não tratamos aqui de medos de origem patológica (as fobias), mas ainda assim, embora na maioria dos casos necessitem de uma orientação médica para sua extinção, os mesmos poderão ser amenizados por você: creia, você pode eliminar teus medos!
Não limite teus movimentos, não talhe tuas ações, não obstrua o teu caminho. Vamos, ouse e viva uma vida mais satisfatória! Viva cada segundo como se fosse o teu último! Aproveite, responsavelmente, mas com bastante ousadia e alegria o teu maior presente: a tua vida

sábado, 9 de fevereiro de 2013

A LEI DA VIDA...

Uma lenda chinesa conta a história de um príncipe que conseguira vencer todos os inimigos, menos a velhice. Diante do impasse, decidiu instituir o Reino Juvenil, onde a juventude e a força prevaleceriam. Para isso, baixou uma lei condenando à morte todos os súditos quando começassem a apresentar sinais de velhice. Porém, depois que a lei entrou em vigor, o príncipe não mais se sentiu feliz.
Disfarçado, visitou as aldeias de seu reino em busca de um rosto onde pudesse estar estampada a vida e a felicidade. Encontrou rostos bonitos, mas que denotavam sinais de tristeza e tédio. Finalmente o príncipe encontrou, numa cabana da montanha, um rosto enrugado pelo tempo, onde estavam estampadas a paz e a felicidade. Um pastor não cumprira a ordem e escondeu sua velha mãe. Ao contemplar esse rosto, o príncipe reencontrou a paz perdida, reconhecendo que seu reino precisava tanto da força juvenil como da experiência e serenidade dos velhos.
O conflito de gerações sempre existiu e sempre existirá. É a lei da vida e do tempo que passa. A história não é um museu de coisas abandonadas, mas um contínuo caminhar. E esta caminhada reclama o ímpeto dos jovens e a experiência dos velhos. Sem os velhos, este mundo seria inexperiente; sem os jovens, a caminhada seria monótona e triste.
Entre jovens e velhos sempre haverá diferenças. E essas diferenças cresceram hoje. O que no passado acontecia em meio século, hoje acontece em seis meses. Entre pais e filhos existe diferença de vinte ou trinta anos. A história humana se acelerou e os jovens são os que mais facilmente percebem essas mudanças. Os velhos falam do “meu tempo”. Para os jovens, o meu tempo é agora. São os jovens os sismógrafos que percebem, com antecedência, as grandes rupturas.
A modernidade que estamos vivendo – alguns preferem pós-modernidade – é contra a tradição e tenta desautorizar as três maiores forças tradicionais: a Igreja, a família e a escola. E sobre a Igreja recaem as maiores suspeitas do jovem. Depositária de verdades eternas, a Igreja tem a tentação de institucionalizar costumes eternos. Queiramos ou não, a Igreja é conduzida por idosos. E isso que o seu fundador morreu aos 33 anos.
A Igreja que está no Brasil, neste ano, volta seu olhar para os jovens. Não é a primeira vez. Em 1992, a Campanha da Fraternidade teve como lema: Juventude - Caminhos Abertos. A impressão é que já se passaram duzentos anos e os caminhos permanecem abertos, mas pouco trilhados. E os jovens não são o futuro, mas o presente. Nada menos de 53 milhões de brasileiros têm entre 15 e 29 anos.
Esta na hora de passar da teoria para a prática e abrir espaço para os jovens, acolhendo seu dinamismo e ajudando-os em suas ambiguidades. Está na hora de deixar de falar em diálogo e dialogar. E dialogar é, sobretudo, ouvir. É procurar a verdade juntos. Com amor.