domingo, 3 de fevereiro de 2013

AS DOENÇAS RESURGIRAM


Na década de 1970, o Brasil chegou a registrar 500 mil casos por ano de malária. Desmatamento intenso, construção das estradas internas na Amazônia, além de garimpos e projetos de mineração estão entre os fatores. Claro, a circulação de pessoas. A OMS considera que dois bilhões de pessoas tiveram contato com o vírus da hepatite B, e que existam pelo menos 325 milhões de portadores crônicos. No Brasil, são 130 casos a cada 100 mil habitantes.

A malária é transmitida por um protozoário, o Plasmodium, que vive no organismo do mosquito Anopheles. Marta Pignati também cita a cólera, que chegou às águas costeiras do Peru em 1991, provavelmente na água de lastro de um navio chinês, e o vibrião acabou se reproduzindo nas águas podres da baía, enriquecidas com nitrogênio e fósforo da matéria orgânica de esgoto não tratado. Entre 1991 e 1996, o Brasil registrou mais de 154 mil casos, principalmente na região Norte, a grande maioria, e no Nordeste. Nos últimos dois anos, mais de 10 mil pessoas morreram em consequência da cólera no Haiti.

“A rapidez nos meios de transporte leva portadores a várias áreas do mundo e, devido às condições encontradas nestes ambientes, há a possibilidade destes agentes espalharem-se rapidamente. Vetores, como os insetos, e portadores não humanos de doenças também foram introduzidos em áreas onde não existiam previamente”, explica a pesquisadora Marta Pignati.

Em 2012, dois bilhões e novecentos milhões de pessoas viajaram de avião pelo mundo. Este ano a previsão passa dos três bilhões. O aumento de temperatura também levou o mosquito Aedes Aegypti a alcançar o sul dos Estados Unidos, passando pelo México, a uma altitude de dois mil metros – antes era registrado em altitude de mil metros. O Aedes também é transmissor da febre amarela. No Brasil ainda não foi registrado nenhum caso de febre amarela urbana. Mas a febre amarela denominada silvestre tem aparecido em regiões periféricas, onde a mata foi derrubada e existem vilarejos e cidades pequenas

Nenhum comentário:

Postar um comentário