sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

QUANTA GORDURA PODEMOS COMER?

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) concluiu a mais ampla cartilha já feita sobre a associação entre o consumo de gorduras e as doenças cardiovasculares. A I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular teve como base a análise de uma centena de estudos nacionais e internacionais publicados nos últimos 20 anos. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença cardiovascular é a principal causa de morte no mundo, perfazendo 30% das mortes globais. A base para a prevenção tem sido, nas últimas décadas, o controle rigoroso dos fatores de risco, como pressão arterial e redução dos níveis de colesterol (LDL). 
Muitos fatores podem contribuir para o aumento do colesterol, como tendências genéticas ou hereditárias, obesidade e atividade física reduzida. No entanto, um dos fatores mais comuns é a dieta, alerta a SBC. 
“Por muito tempo, a redução das gorduras da alimentação tem sido recomendada como parte de uma vida saudável, entretanto, é fundamental ter conhecimento sobre a qualidade e quantidade das gorduras a serem utilizadas para se elaborar um plano alimentar equilibrado, prazeroso e, especialmente, saudável ao coração”, comenta Roberta Lara Cassani, membro do núcleo de Nutrição e Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Segundo ela, as gorduras podem ser ótimas aliadas para quem luta contra as altas taxas de colesterol, basta saber por quais tipos optar. As saturadas, junto com as gorduras trans, são as mais prejudiciais à saúde do coração, estando classicamente relacionadas à elevação do LDL- colesterol. As primeiras estão presentes em alimentos de origem animal, como carnes, ovos, leite, manteiga, além de óleo de coco e chocolate. As trans estão nos produtos industrializados, como margarinas, sorvetes, biscoitos. Ambas devem ser consumidas em pequena quantidade. O estudo recomenda para adultos o consumo de quantidades menores que 10% do valor energético total da dieta em ácidos graxos saturados para a redução do LDL-colesterol.
Já as gorduras insaturadas não favorecem o aparecimento de doenças cardiovasculares e podem ser divididas em monoinsaturadas, cujas maiores fontes são o azeite de oliva e o abacate, e poli-insaturadas, como o Ômega-3, presente nos peixes de água fria, e o Ômega-6, encontrado nos óleos de canola e soja. A substituição de gordura saturada da dieta por mono e poli-insaturada é considerada pela SBC uma estratégia para o melhor controle da elevação do colesterol e consequente redução do risco de problema cardiovascular. 
Para uma adulto, a recomendação é de que no máximo 35% da sua ingestão diária de calorias sejam provenientes das gorduras. O consumo das gorduras saturadas não deve ultrapassar 10% dessa ingestão calórica, conforme orientação da SBC.

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