A irresponsabilidade de poucos está produzindo prejuízos para todos os brasileiros. Guiados por interesses econômicos, proprietários de terra, ou pessoas a mando ou com consentimento deles, estão ateando fogo em campos e florestas. As chamas são detectadas principalmente no Norte e Centro-Oeste, mas a fumaça se espalha por todo o país.
Essa prática, condenada há décadas por especialistas, provoca danos ao meio ambiente - além de devastar matas, empobrece o solo e aumenta os riscos de erosão. Mas também afeta a saúde das pessoas, provocando ou agravando doenças respiratórias. Sem contar o perigo que leva às rodovias, onde causou dezenas de acidentes apenas no mês de agosto deste ano, alguns com mortes.
Uma violência dessa dimensão contra a natureza e o ser humano precisa ser controlada. Mas se repete todo o ano e certamente voltará, mesmo que leis estaduais e federais tentem proibir. Falta fiscalização. Prova disso é de que diante de dezenas de milhares de focos de incêndio registrados por institutos de pesquisa, o volume de autuações é irrisório.
Essa discrepância se aplica também aos gaúchos. Basta circular pelo nordeste do Estado para se verificar as marcas deixadas pelo fogo nos campos. O preto e o cinza contrastam com o verde, formando um quadro sombrio.
Por ser um problema mais intenso apenas em dois meses, agosto e setembro, as queimadas logo caem no esquecimento - inclusive de governantes, temerosos em assumir postura mais enérgica contra donos de terras. Mas está se chegando a um patamar de destruição ambiental e de perigo à saúde humana que é imperioso conter essa prática. Para isso são necessárias duas medidas: ampliar a estrutura de fiscalização e aplicar punições mais severas. Ainda há tempo para evitar a devastação irreversível e proteger a vida das pessoas.
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