segunda-feira, 27 de setembro de 2010

TRÂNSITO ESTÁ SE TORNANDO UM CAOS

Um aparente sinal de riqueza se transformou em problema quase insolúvel. O aumento do poder aquisitivo do brasileiro ampliou as possibilidades de acesso ao automóvel e praticamente nenhuma grande ou média cidade estava preparada para absorver, com um mínimo de organização, essa repentina invasão.
A origem do colapso no trânsito de muitas cidades é conhecida. Entre antecipar-se a exigências naturais de infra-estrutura impostas pelo crescimento econômico e populacional e esperar que “as abóboras se acomodem com o andar da carroça”, prefeitos , Governadores e o governo federal optaram, comodamente, pela segunda. Só esqueceram que estavam lidando com veículos e pessoas - ou melhor, sabiam com o que estavam lidando, mas preferiram ignorar o grau de prioridade que merecia.
Pode-se ainda encontrar resposta para a raiz do caótico trânsito urbano na lentidão com que providências imprescindíveis foram ou são tomadas, na omissão e, em especial, na ausência de planejamento viário. Conhecer as causas é importante para não repeti-las. Mas o fundamental, agora, é buscar soluções, pelo menos paliativos. E nenhuma opção indicada por especialistas dispensa a participação do cidadão. Pelo contrário: sem ele o caos será geral.
A adesão significa adquirir conscientização sobre a necessidade de usar transportes coletivos ou alternativos, como bicicleta, além, é óbvio, da saudável caminhada. Mas é preciso também que sejam oferecidas condições de conforto e de respeito aos usuários. Não se pode esperar que alguém abdique do carro para embarcar em um ônibus superlotado, sujo e que não cumpre horários. Por outro lado, sem o sacrifício individual não haverá como mudar o cenário de congestionamentos e poluição. Por mais injusto que seja, esta é uma situação em que só as vítimas podem corrigir os erros de seus algozes.

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