quarta-feira, 5 de maio de 2010

SETOR AGROPECUÁRIO CONSOME 80% DA ÁGUA BOA USADA NO MUNDO INTEIRO

As grandes economias de água podem ser feitas no setor agropecuário, onde os volumes de água usados são vastos. A agricultura mundial consome a grande parcela de água verde, além da água azul usada nas lavouras irrigadas. Juntas, representam 80% da água usada. “Os agricultores detêm a chave para a segurança da água - especialmente no Brasil”, enfatiza o geógrafo Tony Allan.

No Brasil, 73% da água potável é destinada à agricultura, 21% para a indústria e apenas 6% para o consumo doméstico. “Uma medida simples e que poderia estar valendo é incentivar os agricultores a utilizar técnicas mais eficientes de irrigação, como a por gotejamento, em substituição à irrigação por aspersão, a mais utilizada atualmente”, informa José Enoir Daniel, especialista em irrigação da Emater/RS.
Os alimentos e outras commodities necessitam de água para serem produzidos. As commodities alimentícias possuem um teor de água particularmente grande. Até bem pouco tempo atrás, a forma como se usavam a terra e os recursos hídricos negligenciava os impactos ambientais impostos pela agricultura intensiva.
Esses custos não se refletem nos preços dos produtos alimentícios vendidos e comprados internacionalmente, e nem mesmo nos preços dos alimentos no mercado interno. “O Brasil não deveria correr para satisfazer a demanda global por sua água, colocando commodities no mercado mundial a preços que impossibilitem que o ambiente dos solos e dos recursos hídricos seja usado de modo sustentável”, orienta Allan.
Para ele, o conceito de “pegada de água” é forma eficaz de contribuir para conscientizar os agricultores, negociantes, supermercados e consumidores a respeito do teor de água das commodities que produzem, vendem ou compram e consomem.
A comparação da pegada de água de uma dieta à base de carne de gado que consome 5 m3 de água por dia com a de um vegetariano que consome 2,5 m3 de água por dia apresenta resultado surpreendente. “Tem-se mostrado que uma dieta pesada à base de carne de gado e outros produtos de origem animal é muito ruim para o meio ambiente aquático”, conclui o geógrafo.

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