quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O PREÇO DE NOSSAS CONQUISTAS

Misto de caudilho, herói e facínora, o espanhol Hernan Cortés deixou seu nome gravado nas lendárias conquistas europeias em terras da América. Nascido em 1485, foi o primeiro espanhol a chegar em terras mexicanas. Diante dele estavam as florestas misteriosas, cortadas por pantanais, febres de todo o tipo e perigos inimagináveis. Atrás de tudo, os índios, donos da terra. Seus homens estavam preocupados e o desânimo podia acontecer.

Diante disso, Cortés reuniu o grupo e quis saber se eles estavam dispostos a enfrentar tudo o que estava pela frente. Diante da resposta afirmativa, Cortés mandou queimar seus navios que estavam ancorados na baia próxima. A queima dos navios significava que não havia possibilidade de desistir ou de recuar. Eles só podiam avançar. Era vencer ou vencer. A luta não foi fácil e o sonhado Eldorado, a custo de muito sangue, foi conquistado 16 anos após.

Um pai superprotetor tratou de conseguir um emprego para seu filho, muito acomodado. Ele foi informado que o emprego desejado exigia anos de estudo, diplomas e conhecimentos que o filho estava longe de possuir. Aí entrou em jogo o esquema do jeitinho brasileiro. O pai quis saber se não havia um caminho mais curto, um atalho, com menor exigência. A resposta não deixou dúvidas: depende do que você quer fazer com seu filho. Quando Deus quer fazer um carvalho leva 90 anos, mas quando quiser fazer uma abóbora, dois meses são suficientes.

A vida é uma conquista. Cada um estabelece o que pretende conquistar e cada um estabelece também o preço que está disposto a pagar para realizar seu sonho. Cada um decide o que quer ser: carvalho ou abóbora. Tomada a decisão em favor do carvalho, resta queimar os navios. É perigoso ter um Plano B.

Diante de seus generais que apontavam os perigos na travessia dos Alpes, Napoleão proclamou: os Alpes não existem. As dificuldades devem servir como desafios e os insucessos desafiam a recomeçar com mais inteligência e determinação. A vida dos grandes homens está cheia de desafios e insucessos. Eles souberam recomeçar. Thomas Edison fez duas mil tentativas antes de inventar a lâmpada elétrica, Giuseppe Verdi foi reprovado duas vezes em escolas de música e Winston Churchill foi reprovado três vezes no segundo ano do primário. Por outro lado, não sabemos o nome daqueles que não aceitaram queimar os navios ou se contentaram com abóboras.

Mesmo quando o sucesso não vem, nem por isso os esforços são inúteis. O pior naufrágio é o do navio que recusou sair do porto.

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