quinta-feira, 15 de setembro de 2016

ONDE NASCEM AS CRISES

Recente pesquisa nos meios de comunicação social apontou a palavra mais repetida nos noticiários e que reflete sua presença no pensar e agir dos cidadãos. A palavra é crise. Parece não ser novidade. A Bíblia, em suas primeiras páginas, fala da primeira crise já no Jardim Terreal. Envolveu Caim e Abel e, naturalmente, seus pais Adão e Eva. A partir daí, a palavra crise jamais foi abandonada e deverá ser a última a ser proferida no capítulo final de nossa história.

Hoje temos crises generalizadas: na política, na economia, na segurança, na saúde... O casamento está em crise, o futebol está em crise, a agricultura está em crise. Todos estamos em crise. Parece não ser este o melhor ângulo. Não existem tantas crises assim. Os problemas, as carências, as situações difíceis não existem por acaso. Eles têm uma única fonte, uma única origem, uma única causa: a pessoa humana.

Não existe crise na política. Existem maus políticos, oportunistas, corruptos, sem o sentido do bem comum. Seu objetivo não é servir, mas servir-se. Mais atentos aos seus interesses do que aos interesses do povo, são políticos em crise.

Não existe crise no casamento. Existem pessoas que perderam o sentido do amor, da fidelidade e da comunhão de vida. São casais que esqueceram as promessas do amor eterno feitas diante do altar. Existem jovens que se preparam levianamente. Que não se preparam para este importante passo. Existem pessoas egoístas, que não entenderam o sentido do amor nos bons e maus momentos.

Não existe crise educacional. Existem pessoas que não têm condições para as novas gerações, porque eles mesmos desconhecem o caminho. Não existe crise no lar, na escola ou na universidade. Existem casais, educadores, professores em crise.

Não existe crise de gerações. Existem pessoas egoístas, autossuficientes e que não sabem dialogar. Existem jovens e a adultos em crise. É sempre o homem que está em crise.

A crise não é necessariamente um mal. Em sua origem grega, o crisol era o processo de separar o ouro das impurezas. Neste sentido, a crise é um processo purificatório que ajuda a descobrir o bem e o mal, o ouro e as impurezas. Este processo se faz na dor e na renúncia.

Seria ilusão tentar combater as crises superficialmente. Precisamos descer às raízes, às causas da crise. E essas crises não estão ar, nem nas estruturas. Elas nascem crescem e devem ser superadas no coração do homem.

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