sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A MORTE É...

A morte é condição da vida humana. Já do nascimento o ser humano caminha para sua morte. Uma realidade materializada em cada segundo de vida. Ninguém foge desta regra. É inevitável itinerário. Por ser esse o estado natural do homem, é necessário percorrer com discernimento e sabedoria o itinerário da vida.

A morte por estar estreitamente relacionada com a vida, é tema de rodas de conversas e estudo das ciências humanas. Com efeito, por mais que se explique o acontecimento morte, do mais culto ao menos sábio a morte ronda sentimentos e preocupações. Dessa maneira, pode-se verificar que em toda história da civilização o ser humano tem buscado compreender o sentido da morte. Inicialmente, por um lado, é de observar que já na mitologia grega existia um deus denominado Thánatos que literalmente significava morte. Além disso Thánatos ou Tânato, deus da morte, aparece em inúmeros mitos e lendas, inclusive é mencionado nos poemas épicos de Ilíadas e Odisséia do grande poeta Homero da Grécia Antiga, no século VIII a.C. De outro lado, posteriormente, o filósofo grego Sócrates (399 a.C.) pensava na imortalidade da alma. Seus discípulos como Platão, Xenofonte e outros, disseminaram esta crença com a máxima: “conhece-te a ti mesmo”. Isto, afinal, significava entender a realidade do ser humano, entregue à condição de morte. Por conseguinte, para Sócrates, a conclusão era exatamente conhecer o verdadeiro sentido da vida humana. Porém para um cristão esse assunto possui uma maior amplitude.

Para um cristão pensar no sentido da vida exige ver nela algo de oculto. O ainda não revelado pela sabedoria humana. Ao contrário do que se pensava na concepção cristã, a finitude da vida não é algo angustiante como afirmam os racionalistas. Como diria o filósofo Schopenhauer “viver é sofrer”. E assim se encontra no filósofo Heidegger a relação entre a existência inautêntica e a autêntica. Isto é, o ser está para a morte. Para Heidegger, por ser mortal o ser humano precisa tornar-se livre para suas escolhas. Por isso, a vida não tem grande sentido com sua finitude. Quando se trata de analisar a vida esta pode ser assumida de muitas formas. Aos racionalistas a vida está determinada no sentido da reprodução para manter a espécie. Aos existencialistas a vida pode simplificar-se na experiência do amor, doação, do consumo diário. Aos cristãos a vida abre-se ao pleno sentido, realizado pela graça da eternidade. Por isso, a compreensão da morte não é reduzida à condição de sofrimento. A vida humana transcende ao plano humano, material, histórico. É nisso que nós, mortais, só podemos encontrar a verdadeira realidade do ser humano vivendo como Jesus viveu. Então, como para o cristão é lógico acreditar na eternidade da alma, a morte torna-se um complemento da vida. Nesta crença e sentido, a morte é condição da natureza humana. Mais concretamente, só por ela chega-se à vida plena. É crendo em Cristo que a morte colabora na perfeição da vida

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