segunda-feira, 5 de setembro de 2016

ÁGUA...

Muito se tem trabalhado pela “fome zero”. Avanços e retrocessos aconteceram e estão acontecendo no Brasil e no mundo. Porém o clamor de quem se vê ameaçado pela fome parece aumentar. Ao lado desse drama, por incrível que pareça, temos dificuldade de acordar para efetivar um grande mutirão mundial da “sede zero”. A Igreja no Brasil em 2004, com a Campanha da Fraternidade, decidiu “conscientizar a sociedade de que a água é fonte de vida, uma necessidade de todos os seres vivos e um direito da pessoa humana e mobilizá-la para que esse direito à água, com qualidade, seja efetivado para a geração presente e futura”.

A obra de misericórdia corporal “Dar de beber a quem tem sede” vai desde um copo de água que alcançamos a uma pessoa sedenta até o cuidado de todo o sistema de vida no planeta que se vê ameaçado. E a água se torna o bem mais precioso em risco. Uma comprovação científica afirma que nosso organismo consegue ficar muito tempo sem nenhum alimento, entretanto não consegue viver por três ou cinco dias sem água. São Vicente de Paulo que rezava sete horas por dia, diz: “Deixa a tua oração, se teu irmão te pede um copo de água!”.

A ação misericordiosa de Deus conta com nossas ações misericordiosas também. Quando pensamos na sede, de imediato somos chamados a uma nova sensibilidade ecológica e espiritual. Estamos, hoje, envolvidos numa crise decorrente de um modelo civilizatório, marcado pela cultura da morte que entra direto pela porta da indiferença. Não negamos aqui o empenho dos diversos fóruns internacionais dedicados à água.

Já é significativo o fato de se comprovar que, no mundo, de cada duas pessoas, uma vive em casa sem esgotos e não conta com água potável a menos de um quilômetro. A cada ano, seis milhões de pobres, dentre os quais quatro milhões de crianças, morrem de enfermidades ligadas a águas contaminadas.

O mundo tem água suficiente para suprir todos os seres humanos. O problema é que a humanidade tem dilapidado os bens hídricos de tal forma que a quantidade de água disponível se tem revelado insuficiente e tende a diminuir cada vez mais. O Brasil é um dos países do mundo mais rico em água. Tem vinte grandes bacias hidrográficas que contém 12% da água doce existente no mundo. Mais, ou menos, é o único país onde chove em todo o território. No entanto a situação de nossas águas confirma que 70% dos rios brasileiros estão contaminados, seja por esgoto industrial, doméstico, metais pesados, agrotóxicos etc... 20% da população não tem acesso a água potável.

A Campanha da Fraternidade de 2004 nos lembrava a multiplicidade do uso da água: consumo humano, irrigação, energia, navegação, pesca, uso industrial, uso medicinal e lazer, mas salienta também seu valor espiritual e simbólico. Pense nisso e onde e como
poderemos contribuir.

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