sexta-feira, 25 de novembro de 2016

UM PROJETO PARA SER VIVIDO

Dois namorados – Gustavo e Jocelane – universitários, pouco acima dos 20 anos, aguardavam o padre na secretaria paroquial. Assunto: casamento. Gostariam que o sacerdote presidisse seu casamento. Tomando a agenda, o padre aguardou dia e hora da cerimônia. O noivo esclareceu: quando o senhor tiver tempo, qualquer dia desses, qualquer hora. E como o padre continuasse sem entender, explicaram que pretendiam um casamento simples, sem festas. Eles namoravam há cinco anos e sabiam o que queriam. Estavam preocupados com aquilo que o casamento tem de sagrado e não com as exterioridades. Estavam preocupados com o quadro e não com a moldura.

Algumas semanas depois, numa pequena capela lateral disseram o “sim”, um ao outro e ambos a Deus. Na lista dos convidados, apenas os pais, dois casais de padrinhos e o padre. Não houve fotógrafo, nem música, nem tapetes, nem vestido de noiva, nem banquete, nem curiosos. Mas, na realidade, não faltou nada.

Passaram-se anos, a cegonha chegou e continuam cada vez mais felizes. Eles haviam construído sua casa sobre a rocha. Na mesma igreja, mas no altar central, alguns dias após, outros dois jovens receberam o sacramento do matrimônio.

Foi o casamento do ano. A igreja estava enfeitada com rosas e tulipas da Holanda e centenas de velas. Mais de 600 pessoas haviam sido convidadas para assistir ao espetáculo. O ambiente era de uma grande feira, com fotógrafos, cinegrafistas, aias, jornalistas e curiosos. Deslumbrados, os noivos não prestaram atenção à leitura do Evangelho que falava da casa construída sobre a areia. Depois houve uma grande festa, presentes e lua de mel em Aruba. Passaram-se apenas alguns meses e eles se separaram.

Na divisão dos presentes, ninguém quis ficar com o vídeo, que foi para o lixo. Nem mesmo chegou a ser visto pelos familiares. O mesmo destino tiveram as fotos com seus sorrisos forçados. Eles haviam dado atenção à moldura. Quadro e moldura, agora, foram para a lixeira.

O insuspeito jornalista Stephen Kanitz afirma: “O casamento é um momento de consagração de duas pessoas, de promessas que deverão ser lembradas e guardadas todo o dia e para sempre, não arquivadas numa fita magnética na última gaveta do armário menos acessível. O altar não é um lugar para ficar posando para fotógrafos, mas para refletir o que cada um está prometendo ao outro. A lembrança deste momento mágico deverá ficar registrada para sempre, mas na mente e no coração”.

Além de vocação humana, casamento é um projeto de Deus. Não se trata de um espetáculo para ser visto, mas de um projeto para ser vivido. Não se trata de um show para o público, mas um compromisso pessoal marcado pela dimensão divina.

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